E vazou na web o primeiro episódio de The Walking Dead. A adaptação dos quadrinhos de Robert Kirkman, Tony Moore e Charlie Adlard perde a tinta e ganha carne e osso sob as mãos hábeis de Frank Darabont (À Espera de um Milagre, Um Sonho de Liberdade).

Como nos quadrinhos, a atenção da série é voltada para os vivos, a forma como eles lidam com o perigo (que não é o grande foco da narrativa, embora a tensão e o impacto de topar com essa ameaça estejam logo na esquina para agradar aos fãs do gênero) e, principalmente, o drama e as transformações que esse tipo de situação-limite traz aos personagens. Dessa maneira, a abordagem é mais antropológica e menos antropofágica.

A adaptação foca ainda mais nos dramas individuais dos sobreviventes do que os quadrinhos, como o homem que assiste com seu filho às idas e vindas da esposa zumbi, e a habilidade de Darabont aparece quando ele consegue esticar, sem perda de ritmo, o tempo de ações como essas e outras cuja versão original é bem mais curta (o primeiro episódio corresponde a cerca de 1/3 da primeira edição da revista).

Por outro lado, alguns deslizes como a discutível e frequente mensagem em sangue na parede (ao fugir de um zumbi, você deixaria um grafitão macabro pra posteridade?) e uma cena de pseudo-suicídio (era pegadinha do Mallandro) aparecem, mas não diminuem a vontade de vermos mais um episódio de The Walking Dead. Ou, no meu caso, de correr pra uma loja especializada para comprar as revistas.