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Em 2009, a Disney tentou, já sob a supervisão de John Lasseter, da Pixar, ressuscitar as princesas de suas animações. “A Princesa e o Sapo” foi uma tentativa de retornar à tradição do estúdio de jovens indefesas, números musicais e animais engraçadinhos misturados a muito romance e um pouco de ingenuidade.
A receita requentada não deu certo: personagens sem carisma, história sem ritmo, músicas ruins… Mas tudo que “A Princesa e o Sapo” errou, “Enrolados” acerta. O filme dirigido por Byron Howard (do ótimo “Bolt”) conta a história de uma adolescente solitária, presa em uma torre com os seus 21 metros de cabelos dourados… Sim, estamos falando da Rapunzel.
Um dos poucos contos de fadas ainda não adaptados para longa metragem pela Disney, a história da garota que joga suas tranças para que o príncipe possa escalar a torre e encontrá-la ganha aqui uma modernização necessária.
O que faz que “Enrolados” funcione tão bem é o fato da personagem principal não ser uma mocinha em apuros e o herói da história não ser um príncipe encantado. Rapunzel é uma adolescente típica, com mudanças constantes de humor, dúvidas existenciais e muita curiosidade. Já Flynn Rider é um ladrão e trapaceiro de moral muito duvidosa. A dupla improvável funciona muito bem, em uma jornada típica de autoconhecimento: o anti-herói descobre que tem um bom coração e a princesa amadurece enquanto conhece um grande amor.
A vilã da vez é, como não podia deixar de ser, uma madrasta. Gothel raptou Rapunzel quando criança, para ser a única a ter acesso aos cabelos mágicos da garota (que perdem o poder se forem cortados… sacou?). A menina cresceu acreditando que a bruxa é a sua mãe, sem nem imaginar que é a princesa perdida do reino.
Quanto aos animais cheios de personalidade, o cavalo Maximus é engraçado à primeira vista, mas com o tempo se torna cansativo. O destaque fica para o camaleão Pascal, que sem dizer uma palavra rouba todas as cenas em que aparece. Como já deu para perceber, a história não traz nenhuma novidade. Mas o ritmo de aventura, misturado com um romantismo ingênuo e musiquinhas fofas fazem de “Enrolados” um típico conto de fadas da Disney, com direito a uma das mais belas cenas de uma animação do estúdio, envolvendo um lago e balões luminosos.
Há algumas situações por demais absurdas (até mesmo para o tipo de história) e mudanças de personalidade sem muitas explicações. Mas nada que se compare ao pecado da dublagem brasileira (se possível assista à cópia legendada do filme): no papel de Flynn, Luciano Huck consegue estragar todas as cenas do seu personagem. Loucura, loucura, loucura…
2 respostas para “Enrolados”
a história é uma graça, mas, a partir de um certo momento, eu não conseguia ver o princípe, só a cara feia do huck =/ fora isso, a experiência foi ótima