[xrr rating=3.5/5]
Nunca pensei que um dia fosse assistir a um racha com carros da polícia e ao som do “Melô da Popozuda”. Essa é apenas uma das diversões que “Velozes e Furiosos 5” te proporciona. O quinto filme da série de carros tunados e fortões raivosos mantém a tradição dos roteiros que não fazem sentido nenhum, seja a motivação dos personagens, o desenvolvimento da trama ou até mesmo as cenas de ação (é bom se preparar para as licenças poéticas com as leis da física). Mas falando sério: quem vai ao cinema para ver um filme desses esperando grandes atuações e história surpreendente? Dentro daquilo que se propõe, “Velozes 5” entrega tudo o que se espera.
O filme funciona para o marinheiro de primeira viagem, já que trata de re-apresentar os personagens definindo suas características e talentos logo de cara. Mas é óbvio que são os fãs que irão mais se divertir: com uma vibe meio “Onze Homens e um Segredo” e meio “Missão:Impossível” a produção entrega um verdadeiro crossover dos principais rostos dos filmes anteriores, que interagem muito bem entre si e surpreendentemente possuem funções bem estabelecidas na trama. Pois vamos a ela: dessa vez Brian (Walker) e Dominic (Diesel) planejam um roubo de 100 milhões de dólares no Rio de Janeiro. Há uma transformação na estrutura da série (cenas de corrida intercaladas por diálogos que fazem a história andar) para o formato de um típico filme de roubo, do ladrão que rouba ladrão (no caso, o poderoso Reis, interpretado pelo português Joaquim de Almeida). Para prender o Dominic’s eleven, o governo dos Estados Unidos manda o policial Hobbs (The Rock) para a cidade maravilhosa.
E aí é muito tiro, explosão, carros-fetiche, mulheres bonitas, e até uma revisão histórica da colonização portuguesa (então quer dizer que eles não usaram da violência?). As cenas de ação funcionam muito bem, mas falta mais humor e sobra drama. O diretor Justin Li não é bom para esses momentos mais “introspectivos” e o filme cai todas as vezes que aposta nos diálogos.
O Rio de Janeiro do filme não é o da realidade (poucas cenas foram filmadas no Brasil), mas se encaixa muito bem na história, aparecendo como uma terra sem lei propícia para que aconteça tudo que é mostrado na tela. “This is Brazil” grita Dominic naquela que talvez seja a mais polêmica cena do filme.
E Diesel é mesmo o grande astro da franquia, carregando o filme com seu carisma. Aqui, com Brian e Mia (Brewster) em uma relação estável (e estável nessa série significa uma grávida pular de teto em teto durante uma perseguição na favela), a tensão sexual de Vin Diesel com Paul Walker passa para The Rock. A faísca entre os dois (com direito a reveladoras trocas de olhares e um aguardado rala e rola no chão) estabelece a dinâmica da história e a mútua atração justifica o absurdo dos acontecimentos finais.
Com sua nova interação entre personagens, cenas de ação bem construídas e muito barulho, “Velozes e Furiosos 5” é o melhor filme da série desde o primeiro. E a história está longe de ter um fim. Se você é fã, não pode perder a cena pós-créditos. “Velozes e Furiosos 6” logo estará em um cinema perto de você. E com direito a novidades surpreendentes.
Uma resposta para “Velozes e Furiosos 5 – Operação Rio”
[…] Após roubar cem milhões de dólares no Rio de Janeiro, a gangue de motoristas precisava de um ótimo motivo para abandonar a boa vida e voltar à ativa: e ele vem na forma de Michelle Rodriguez, a antiga namorada de Dom que “ressuscitou” como capanga do vilão da vez (Evans). Mas quanto menos você prestar atenção na história melhor, já que nada faz muito sentido, servindo só de premissa para colocar grandalhões se esmurrando e carros envenenados fazendo manobras impossíveis. Aliás, é curioso como um filme com tanto diálogo expositivo (todos os personagens explicam tudo o tempo todo) não valoriza a argumentação, já que nada é discutido, mas tudo resolvido no braço. […]