Show: Lollapalooza – Dia 2

Concha y Toro y Moi - Foto: Dave Mead (Divulgação)

Nossa avaliação

Concha y Toro y Moi - Foto: Dave Mead (Divulgação)

Nem deu para esticar muito o descanso após a noite anterior, porque a programação do segundo dia do Lollapalooza começava cedo já com bandas de peso e energia, como Gogol Bordello logo às 2 da tarde. Com uma performance frenética, o grupo de punk cigano condensou a apresentação de 1 hora em 13 músicas. Embora a loucura contagiante e quase circense de Eugene Hutz no palco já valham a apresentação, senti falta de hits como “Super Taranta” e “Through the Roof N’ Underground”. Ficou aquela vontade de ver logo um show não-pocket da banda. Pelo menos deu pra sacudir com “Not a Crime” “Wonderlust King” e uma despedida em alto estilo com a safada “Start Wearing Purple”.

Com uma apresentação que lembrou o molejo do vocalista do !!! (Chk! Chk! Chk!) no SWU, o vocalista do Friendly Fires, Ed MacFarlane, não parou um segundo sequer, requebrando os quadris e arrancando gritinhos do público. A primeira metade do show foi a mais dançante, com os hits “Lovesick”, “Jump in the Pool”, “On Board” e “Skeleton Boy” do primeiro álbum da banda. O resto do show, mais contido, reflete a dançabilidade do segundo disco, Pala. Por fim, os Fogos Amigos encerraram com “Paris” e uma versão bem menos carnavalesca de “Kiss of Life”. Essa última canção desapontou bastante quem, como eu, esperava uma apoteose de batuques e teve de se contentar com algo menos empolgante do que a versão de estúdio.

Às 18 horas, quando o pessoal do MGMT botou os pés no palco, o céu se pintou de preto e uma chuva assustadora começou a cair. “Uma chuvinha não faz mal a ninguém”, acalma o vocalista Andrew VanWyngarden. O set dos caras não é dos mais dançantes e os hits não são muitos, mas nem isso nem a garoa que caía espantou a massa. O esperado hit “Kids” agitou o pessoal, embora a banda pareça ter se embolado a uma certa altura da canção. De qualquer maneira, o ponto alto foi, sem dúvida, a execução de “Electric Feel”, quando os raios rabiscaram o céu como se estivesse programado com a música. Os olhares se voltaram, ora para o palco, ora pro espetáculo acima das nossas cabeças. Botar São Pedro na equipe de iluminação não é para qualquer banda.

Pouco antes do fim do show do MGMT, todos os outros garotos com os tênis bacanas foram se amontoar para ver o Foster the People do outro lado do Jockey. A banda arrancou gritinhos da plateia com a apresentação mais dançante e foram tocadas todas as músicas de seu único disco. “Pumped Up Kicks”, deixada para o final, foi obviamente a mais celebrada, em especial quando o vocalista desceu do palco e cantou junto ao público. Enquanto Mark Foster se arriscava na multidão, no palco o resto do grupo emendou o hit em um dubstep/electro para estender o delírio dos fãs.

Enquanto o show do Jane´s Addiction não conseguia segurar o público até o fim da sua apresentação (apesar da pirotecnia visual encomendada por Perry Farrel), o palco principal se enchia nos minutos que antecediam a entrada do Arctic Monkeys. Ao contrário do Foo Fighters, headliner da noite anterior, a banda inglesa garantiu uma performance direta ao ponto, sem muita conversa ou firulas. A interação com o público ficou por conta do som da banda e o resultado foi uma apresentação incendiária. Alex Turner apareceu com o mesmo visual rocker dos anos 50 adotado na época de lançamento do álbum “Suck It And See”.

Um resto de chuva ainda caía, mas ninguém se importava mais. Ao som de faixas dançantes como “I Bet That You Look Good On The Dancefloor” (dedicada às mulheres), outras dramáticas como “Crying Lightning” e ainda algumas tristes como “Suck it and See”, cansaço e chuva já não mereciam atenção. Para “Brick by Brick” Turner cedeu os vocais para o baterista Matthew Helders. Fazendo um excelente uso das 1:20 (10 minutos a menos do que o prometido), a banda concluiu o show com a dobradinha bipolar “Fluorescent Adolescent” e “505”. A primeira fez todo mundo dançar, enquanto a segunda (a canção mais doce da banda) deixava aquela melancolia que combinou com a sensação de algo bom que chegava ao fim.

Alex e Matthew, a dupla indie-rockabilly. Foto: Dave Mead (divulgação)


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