HQs da semana: 25 de abril


Nossa avaliação

Não faltaram novas HQs nas comic shops americanas nesta última semana, mas o que sobrou em número, faltou em sex appeal. Na falta de qualquer destaque mais interessante (seja para o bem ou para o mal), vamos falar do grande crossover da vez: Avengers versus X-Men.

A saga do ano da Marvel já é figurinha repetida aqui na nossa coluna, em geral como um destaque negativo. Não tivemos uma nova edição da série principal na última semana (o que é uma boa notícia, dada a baixa qualidade das duas primeiras edições), mas foram lançados diversos títulos relacionados.

O primeiro desses “tie-ins” é “AvX: Versus #1”, uma minissérie secundária cujo propósito é justamente o de “expandir” certos pontos da narrativa principal: especificamente, a pancadaria. Apesar da proposta assumidamente descerebrada, o título não deixa de ter seu charme, afinal, é uma chance de realizar a fantasia nerd de colocar personagem fulano contra sicrano e descobrir qual deles ganharia a luta.

Na primeira edição, temos dois combates: o Homem de Ferro encara Magneto, e Namor, o príncipe submarino, enfrenta o Coisa. A primeira parte da edição, que equivale à primeira luta, é escrita por Jason Aaron e desenhada por Adam Kubert. Apesar de a arte ser dinâmica, Kubert perde uma ótima chance de “projetar” uma armadura para o Mestre do Magnetismo, e Aaron acaba tirando toda a graça “nerd” do combate ao retratar níveis de poder incompatíveis com o previamente estabelecido para cada personagem: aparentemente, Magneto pode “sentir” planetas sendo destruídos do outro lado da galáxia, e Tony Stark costuma “passar noites” em Júpiter.

Já o segundo combate, escrito e desenhado, respectivamente, pelo casal Kathryn e Stuart Immonen, faz tudo direitinho. Não só a arte de Stuart é impecável, como os diálogos hilários dão à luta uma leveza que vem fazendo muita falta no crossover em geral. Além disso, as caixas de texto com os “Fatos divertidos AvX” funcionam aqui suprindo justamente a função de estabelecer e comparar os níveis de poder dos combatentes, revelando, por exemplo, que o impacto de um soco do Namor equivale a chocar-se com um carro a 45 milhas por hora. É uma pena que nenhuma das duas histórias pareça se encaixar na continuidade estabelecida pela série principal: “AvX: Versus” seria muito mais interessante se “Avengers Versus X-Men” tivesse uma trama na qual o resultado dos combates individuais tivesse alguma relevância, como nos clássicos “Marvel Versus DC” ou “LJA versus Vingadores”.

Ainda tratando dos “tie-ins” de “AvX”, temos em “New Avengers #25” um exemplo magnífico da maestria de Brian Bendis na arte da encheção de linguiça. Metade da edição envolve cenas de flashbacks sem diálogo, páginas de um quadro só, pesadelos e outras firulas que em nada avançam a trama – que consiste basicamente na insinuação de que a Fênix e o Punho de Ferro têm alguma ligação entre eles maior do que a mera semelhança no estilo dos guarda-roupas. Apesar da belíssima arte de Mike Deodato (eu confesso que não sou grande fã do brasileiro, mas aqui ele arrasa), a edição é completamente descartável: praticamente nada acontece. As cenas “bombásticas” que haviam sido divulgadas como “Hope finalmente assumindo o manto da Fênix” na verdade fazem parte de um sonho ou lembrança de algo que aconteceu há mil anos com outra personagem, enfraquecendo enormemente a mitologia da ave cósmica ao propor que ela escolhe seus hospedeiros baseado em um elemento banal como a mera cor do cabelo.

Enquanto isso, em “Secret Avengers #26”, Thor faz um discurso sobre a importância de encher a cara com cerveja antes de uma missão espacial da qual depende o futuro da humanidade, e o Fera (inexplicavelmente desenhado com seu visual clássico) lidera a equipe na tentativa de “aprisionar” a Fênix em uma “jaula” hi-tech que estranhamente se parece muito com a caixa térmica que Thor provavelmente usou pra levar cerveja até a órbita terrestre. Evidentemente, o plano saído de uma edição de “Dragon Ball” dá errado e, ao invés de culpar o cara que convenceu a equipe a se embebedar, acaba sobrando para o Capitão Bretanha, porque, afinal, ele não tem seu próprio filme.

Enquanto isso, uma seita maluca da raça alienígena Kree atrai a Fênix para seu planeta, usa suas energias para ressuscitar um herói clássico (provavelmente em uma daquelas dúzias de “ressurreições” fake que os editores adoram fazer, antes de apelar e realmente trazer o personagem de volta à vida a tempo do lançamento do seu filme), numa reviravolta que provavelmente vai inverter os papéis entre os Vingadores e os X-Men na próxima parte do conflito. Se ao menos pudessem pensar em alguma razão coerente para o combate…


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