HQs da Semana: 6 de junho


Nossa avaliação

Ninguém poderá reclamar que a semana foi sem graça no mundo dos quadrinhos, especialmente em relação ao quesito controvérsia, já que há pelo menos três destaques que deixaram os fãs mais ardorosos fumegando… Antes de falar dos lançamentos, no entanto, é preciso deixar o aviso: esta semana a discussão traz alguns pequenos spoilers, então continue a ler por sua conta e risco!

Em ordem crescente de controvérsia, o primeiro destaque é “Avengers Versus X-Men #5”, que encerra o “primeiro ato” do crossover Marvel. E o encerramento é pelo menos tão idiota quanto o resto da minissérie – e não “idiota” no sentido “ridiculamente ótimo” de minisséries como Blackest Night, mas sim no sentido de um insulto à inteligência do leitor, já que a edição depende de uma “surpresa” que só é surpreendente porque nenhum leitor achava que a equipe responsável seria tão pouco criativa.

Basicamente (e aqui começam os spoilers), a edição relata a disputa entre as duas equipes pela “custódia” da nova hospedeira em potencial da Fênix. A motivação de cada equipe só não faz menos sentido do que o plano de cada equipe: basta dizer que o dos Vingadores envolve um robô gigante com um canhão enorme no peito, cujo design só não é mais boçal do que o diálogo que acompanha a sua primeira aparição: “Testes são para babacas, Hank. Nós somos homens da ciência!” Desculpe, Tony, mas acho que você não captou muito bem o conceito de método científico…

O resultado do plano “genial” (afinal, por que brigaram por quatro edições com os X-Men pela garota se iriam simplesmente atirar contra a Fênix com um canhão gigante?) consegue ser ainda mais boçal: fragmentada, a essência do pássaro cósmico de fogo escolhe como seus hospedeiros a equipe formada por Ciclope, Emma Frost, Namor, Colossus e Magia, com direito a um redesign dos uniformes e a uma sensação que a reviravolta foi chupada do último crossover da Marvel, que por sua vez plagiou o último crossover da DC, que nem era tão original pra início de conversa.

O segundo destaque, por sua vez, é menos polêmico pelo seu conteúdo do que por sua própria existência. “Before Watchmen: Minutemen #1” é a primeira edição de uma das várias minisséries que sinalizam o desespero da DC em capitalizar a sua maior obra-prima antes que o poço seque. A primeira edição, escrita e ilustrada por Darwin Cooke (de “DC – A Nova Fronteira”) não traz nada de novo à “mitologia” Watchmen, contentando-se apenas em expandir e adicionar imagens ao relato “Sob o Capuz”, que acompanhava as primeiras edições da minissérie original. É impossível ler a edição sem sofrer uma série de incômodos: o incômodo de pensar que a revista só existe por causa de uma das piores safadezas legais da história dos quadrinhos, o incômodo de notar que o estilo de Cooke não combina com o espírito detalhista e sóbrio da série original, e assim por diante. A sensação é a de que fizeram uma “prequel” de “Cidadão Kane” e chamaram o Michael Bay pra dirigir, e ainda por cima inseriram intervalos comerciais. É, as edições de “Before Watchmen” têm anúncios no meio de suas páginas…

Por último, o destaque que mais chamou a atenção da mídia foi “Earth 2 #2”, com a revelação de que o Lanterna Verde é gay. Só que não foi bem assim. A revista, baseada nas versões da “Era de Ouro” dos quadrinhos, retrata uma “realidade alternativa” onde Superman, Batman e Mulher-Maravilha morreram em combate. Nesse mundo sem heróis, uma “nova geração” começa a surgir, com a chegada do Sr. Incrível e o surgimento de um novo Flash: o jovem Jay Garrick, que recebe o dom da supervelocidade do deus romano Mercúrio. É preciso tirar o chapéu para a desenhista Nicola Scott e o seu redesign do uniforme do corredor escarlate. O roteiro de James Robinson não é tão ruim, especialmente se pensarmos que este é o cara que cometeu atrocidades como “Justice League – Cry For Justice”. O flash enfrenta ratos alienígenas, mas pelo menos não usa um gato morto como arma.

É nas últimas páginas da edição que ocorre a “revelação”: o empresário milionário Alan Scott é abertamente homossexual e tem um parceiro. Não é tão controverso quanto a mídia quis fazer parecer, já que trata-se de um novo personagem, baseado na versão original (porém menos conhecida) do Lanterna Verde. E, na edição, Alan ainda sequer ganhou os poderes ou vestiu um uniforme colorido. É difícil entender a controvérsia, já que Alan Scott era o menos popular dos vários personagens que assumiram a identidade do Lanterna Verde (os fãs deveriam pelo menos se alegrar com o fato de que ele está ganhando mais exposição do que, por exemplo, o negro John Stewart ou o hispânico-americano Kyle Rayner), e que não é nem de longe o primeiro super-herói abertamente gay.


Uma resposta para “HQs da Semana: 6 de junho”

  1. O único ponto bom dessa saga da fênix até agora foi a luta do wolverine com o capitão américa. O que são aqueles uniformes dos “possuídos”? Ciclope de tanga?O Colossus agora é Colossus-Fanático-Fênix? aff…

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