Girls

Fans just wanna watch Girls

Nossa avaliação

Sabe aquela banda, aquele restaurante ou aquela cor de batom tão sensacionais que só devem ser compartilhados com alguns poucos e escolhidos amigos?

É assim que me sinto com “Girls” e confesso que fiquei na dúvida se deveria mesmo escrever um texto sobre a série. Porém, resolvi partir do pressuposto de que, você, pessoa fina, elegante e sincera que está aqui neste blog, merece a dica. Além do que, é bem provável que você já tenha lido ou escutado algum comentário sobre o programa, que recebeu indicações para o Emmy e parece ter somente fãs de carteirinha ou críticos irredutíveis que adoram defender suas posições. Mas, se mesmo assim, ainda não assistiu, sem me estender demais, deixo aqui algumas considerações para te convencer a experimentar:

Quando vi o primeiro episódio, me perguntei por que ainda não havia uma série como essa no ar. Raras vezes, opiniões, dificuldades, inseguranças, gostos, particularidades da geração que atuamente está na faixa dos 20 (ou um pouco mais) são tratados na TV com tanta naturalidade. Talvez seja porque existem poucos programas sobre jovens feitos por jovens: Lena Dunham, atriz principal, roteirista, diretora e musa indie tem 25 anos. No primeiro episódio, sua personagem Hannah diz: “…I think I may be the voice of my generation…” Goste você ou não, essa é uma possibildade, lembrando que o uso de ironias é um dos traços dessa geração.

Fans just wanna have Girls

 

Os diálogos são engraçados e muito bem escritos. Mais instintivos do que em “Two Broke Girls”, mais reais e bem menos fofinhos que em “New Girl”. Se você for como eu, certamente, vai sentir vontade de anotar algumas das falas. Então, ctrl c + ctrl v: 

-“Both of you are sex goddesses. When I look at both of you a Coldplay song plays in my heart.”
-“So I calculated and I can last in New York for three and a half days. Maybe seven if I don’t eat lunch.”
-“I’ve only had sex with two and a half men.”
– “I’ll be your crack spirit guide”
-“The totem of chat. The lowest, that would be Facebook, followed by Gchat, then texting, then email, then phone. Face to face would be ideal, but it’s not of this time.”
-“My littlest baggage is probably that I am unfit for any and all paying jobs. My medium baggage is that I bought four cupcakes and ate one in your bathroom just now. And my biggest baggage would be my HPV.”
-“I probably should’ve guessed it because he only ejaculated about 30 percent of the time.”
-“Why don’t get a job and start a blog?”

É uma série da HBO, ou seja, há nudez. Mas é nudez de gente como a gente, com direito a cenas com corpos realísticos e sexo atrapalhado, como já deve ter acontecido com aquele seu amigo, sabe? Esse é mais um ponto positivo do seriado. Não há moralismo tampouco uma abordagem politicamente correta disfarçada. Hannah mostra seus “teensy breasts” tranquilamente, provando que mamilos não precisam necessariamente gerar polêmica e transforma uma DST em metáfora de amadurecimento. Vamos de “girls just wanna have fun” para “all adventurous women do”.

Os personagens, em alguns momentos, são detestáveis e grosseiros ou extremamente egoístas e é por terem seus defeitos expostos que são adoráveis. Referem-se ao universo pop, criando intimidade e nos fazendo sentir como se estivéssemos rindo de uma piada interna. Esqueça as comparações óbvias com “Sex and The City”. Em “Girls” você vai ver festas em que gostaria de estar, uma decoração que você poderia ter feito e empregos reais e nada glamurosos. As personagens principais não gastam $$$ em roupas, vão além do Cosmopolitan e não têm, como na turma da Carrie, personalidades tão representativas de tipos urbanos. Pelo contrário, provavelmente você vai sentir identificação com cada uma delas.

Sinceramente, eu não quero te assustar, mas acho que “Girls” pode ser a voz da minha geração. Ou pelo menos… uma voz. De uma geração.

…………………………………………………………………..

Então, que tal assistir o primeiro episódio online?

Bônus (e aqui escorre uma lágrima pelo sacrifício do compartilhamento):
– Lena Dunham está no Instagram, é só buscar pelo nome.
Clique aqui se quiser escutar a excelente trilha sonora.
– Divirta-se com gifs, frases e fotos: fuck yeah Girls HBO!

Mamilos NADA polêmicos

 

Mariana Gogu gosta de gatos, chá, piano, livros, silêncio e sombra. Seria um clichê ambulante, se não fossem alguns outros detalhes importantes. Dona do eu te dedico e do reino d’almofada, faz sua primeira colaboração no Ameixa Japonesa e no Pílula.

Inclusive, esse post também está no Ameixa Japonesa, nosso novo site parceiro. Não deixe de acompanhá-lo também!

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5 respostas para “Girls”

  1. Mariana, faltou só a coragem de dizer que o sexo atrapalhado, constrangedor acontece com a gente mesmo e não só com um amigo. Mas Girls é isso tudo que você falou. Pode não ser A voz, mas é uma voz sim. E não só de uma geração de garotas, mas de garotos também. Muito bom o texto 🙂

  2. Disparado a melhor série de 2012. TODOS os episódios são excelentes, sem exceção. É irritante como a Lena Dunham consegue escrever diálogos geniais com a facilidade de quem descasca uma banana. Seu texto deu vontade de ver a temporada toda de novo.

  3. me identifico tanto com cada uma das personagens e meu “bando” de amigos com o delas que é constrangedor. ^^

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