Os Mercenários 2


Nossa avaliação

[xrr rating=4/5]

Sabe as piadinhas com os Chuck Norris Facts? E as discussões sobre quem ganharia uma luta entre Rocky Balboa e o Grande Dragão Branco (ou Rambo x Soldado Universal)? O “I’ll be back” do Schwarzenegger e o “Yippee-ki-yay” do Bruce Willis? Pois está tudo lá em “Os Mercenários 2”.

O filme faz pelos fãs do cinema de ação dos anos 80 o mesmo que “Os Vingadores” foi para os fãs de quadrinhos: uma divertida homenagem e autoparódia do gênero (e que nunca se leva a sério). A abertura já aponta para o que vai vir a seguir: nenhuma tentativa de lógica ou apreço pelas leis da física. O elenco é naquele nível que faz o Jason Statham parecer o Laurence Olivier (e olha que estamos falando do cara que fez isso). E mais do que nunca, tudo é muito exagerado: a ação, as piadas, as frases de efeito, a trilha sonora, as explosões, tiros e o barulho.

Este excesso cansa e é resultado direto da mão pesada de Simon West, que faz um trabalho burocrático, sem um pingo de originalidade, com planos espacialmente confusos (apesar de evitar um pouco os cortes rápidos da escola Michael Bay) – além de apresentar alguns vergonhosos problemas técnicos de fotografia e efeitos digitais, o que ironicamente acaba combinando com a tosqueira toda. O roteiro não importa (um filme em que o vilão se chama Villain chutou o balde pra qualquer tentativa de seriedade), mas basicamente trata do grupo formado por Barney Ross (Stallone), Lee Christmas (Statham), Gunner Jensen (Lundgren), Hale Ceaser (Crews) e Toll Road (Couture) indo atrás de uma vingança contra o tal Villain (Van Damme) no leste europeu. Com tanta gente em cena, o destaque para cada personagem passa longe de ser equilibrado. Mas tudo é só uma desculpa para a testosterona explodir na tela, alcançando um resultado infinitamente melhor do que o primeiro filme.

Sonho realizado.

O clima é de camaradagem constante (o que é ótimo), mas também de muita improvisação (o que não é tão bom assim). A impressão que dá é que a ação não segue um roteiro, assim como os personagens parecem desenvolvidos de acordo com a agenda de cada (ex?) astro.  Isso faz com que o ritmo demore para engrenar e o todo seja muito inconstante. Mas os problemas são enterrados pela empolgação que vai num crescente que finalmente explode em um clímax que realiza o sonho de ver Stallone, Schwarzenegger, Bruce Willis, Van Damme e Chuck Norris quebrando tudo lado a lado (a apresentação do personagem de Norris, aliás, é brilhante e desde já um dos grandes momentos do ano no cinema).

Com direito a trocas de bordões e até uma sátira disfarçada ao grande MacGyver, “Os Mercenários 2” promete ação e entrega muito mais. Para o bem e para o mal. Mesmo que peque pelo excesso, a verdade é que para quem acompanhou os campeões de locação em VHS não se trata de apenas um filme, mas de um acontecimento. E funciona.

É engraçado, eletrizante e – para aproveitar o clima dos anos 80 – muito massa! Uma grande bobagem. Mas das mais divertidas que Hollywood já produziu.

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4 respostas para “Os Mercenários 2”

  1. […] Mas “Os Mercenários 3” não possui aquele clima todo de festa de reencontro de formandos que marcava a segunda parte. Sem o tom certo, as atuações caricatas gritam alto, e nem o carisma de Antonio Banderas consegue […]

  2. […] seria daqueles de parar o mundo. Tudo bem que os dois já haviam se encontrado antes na franquia “Os Mercenários”, mas aqui a dupla ganha um filme inteirinho só pra eles, para contracenar, conversar e não […]

  3. […] sexto filme como uma das franquias mais rentáveis do cinema? A saga “Velozes e Furiosos” é uma explosão de testosterona que funciona, seguindo a fórmula de sucesso de sequências de ação impossíveis para disfarçar a história […]

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