O Robin é o Coringa (ou a Piada séria da DC)


Ah, o bem versus o mal. O dia versus a noite. A luz versus a escuridão. O sério versus o feliz. Pode parecer uma cópia deslavada da fala de Lex Luthor no trailer de “Batman Vs Superman: A Origem da Justiça”, mas não, só estou divagando sobre relação de antítese entre os personagens Batman e Coringa.

Nos quadrinhos, o Palhaço do Crime é o nêmesis perfeito do Batman. É o oposto do Homem Morcego, sendo piadista, engraçado, assassino, sádico. Não tem passado e origem definida, então é modificado com os anos, sendo adaptado à cultura, roteiristas, desenhistas ou, até mesmo, ao estilo de história contada. Se o Batman é retratado como humano, o Coringa é retratado como desumano; se o Batman é tratado como descontrolado, o Coringa tem planos mais centrados. Se o Batman for Democrata, o Coringa vai ser Republicano; se o Batman for Garantido, o Coringa será Caprichoso. O Coringa já foi quase tudo em oposição ao Batman nesses 75 anos de existência, ele já foi até o assassino dos pais de Bruce Wayne, como no filme de 1989, agora só falta ele ser o Robin. Ah, não, espera… Não falta mais, não.

Pelo menos, isso é o que os atuais boatos sobre o Coringa do Universo Cinematográfico da DC Comics (que será vivido por Jared Leto, ganhador do Oscar em “Clube de Compras Dallas). Mas, antes que a internet exploda (já que muitos fãs adoram tentar explodir a internet quando boatos assim aparecem) podemos pensar que o Coringa ter sido um Robin pode até fazer sentido.

É piada, isso?

O Coringa ser um ex-Robin pode parecer palhaçada, e olha que eu cheguei a achar que era mesmo. Lembro que a primeira coisa que pensei quando escolheram o Leto para fazer o vilão foi: “Poxa, pode dar certo”. Já a primeira coisa que pensei quando o vi cheio de tatuagem foi:  “Putz, o que fizeram com o Coringa? Bom, pelo menos está bem diferente dos anteriores”. Então, começaram a vazar as primeiras fotos durante as filmagens de “Esquadrão Suicida”, e o Coringa, além de tatuado, é quase um mafioso latino, bombadinho, anda com a  camisa aberta, tem luz de néon no carros…. Finalmente os boatos sobre o palhaço ser um ex-Robin começaram a surgir na rede, e foi aí que o pensamento entrou em desespero: “Ah, C@$&%&! É piada, isso?”. Após o choque e vendo que a informação pode não ser uma piada sem graça, comecei a ver que essa ideia até que pode ser uma boa cartada.

Conversando com amigos fãs de quadrinhos, todos afirmam categoricamente que o Coringa deveria ter a mesma origem das HQs. Já que nos quadrinhos ele não tem origem definitiva, acredito que todos falam do passado mostrado na Graphic Novel “A Piada Mortal” (1988), escrita por Alan Moore. O grande problema de usar essa versão, é que ela já foi usada (mesmo que “adaptada”) em “Batman: O Filme” (1989).

É sempre legal lembrar que 70% do público que vai assistir filme de super-herói não conhece a fundo o personagem adaptado, e talvez, nunca tenha lido um quadrinho na vida. Ou seja, a renda de um filme é criada, principalmente, pelo público “comum”, ou melhor, apenas por aqueles que assistem filmes. Então, um filme de super-herói pode até agradar alguns fãs, mas ele não é feito para leitores de quadrinhos. Logo, existe essa necessidade de explicar e reexplicar a origem de personagens sempre que é feita uma nova versão.

A prova disso é que mesmo você achando que “todo mundo sabe quem é o Batman”, a Warner vai contar de novo (em flashbacks) que ele é um órfão e teve seus pais assassinados em um beco saindo do cinema quando tinha entre 8 e 12 anos. Porque na real, não é “todo mundo” que sabe quem é o Batman, não.

Imagina, então, o Coringa.

Em todo caso, contar o passado de um personagem para o cinema é complicado porque “repetir” história pode ser considerado preguiça, ou dar aquela sensação de déjà vu indesejada. Qualquer reboot tem que ser diferente da versão anterior. Os fãs que virem um mafioso caindo em um tanque de  produtos químicos sendo empurrado pelo Batman vão ficar felizes, o problema é que os fãs são só 30% do público, o restante vai dizer que isso já foi feito em 1989.

Por isso que em 2008, com o filme “Batman: O Cavaleiro das Trevas”, o Coringa (vivido por Heath Ledger) simplesmente aparece. Sem acidente, sem ser mafioso, sem passado, sem produtos químicos. Só aparece.

O Coringa de Jared Lato, precisa ser algo diferente, tanto para não ser comparado com os anteriores, ou até mesmo para não ser confundido

Repetir histórias de reboot pode ser um erro, temos o caso da trilogia “Homem-Aranha”, por Sam Raimi (2002, 2004 e 2007), e o reboot “O Espetacular Homem-Aranha”, por Mark Webb (2012 e 2014). Ambos tem histórias de origens parecidíssimas, criadas em menos de 10 anos de diferença. Muitos que assistiram aos novos filmes questionaram que eram “a mesma coisa do anterior”, ou simplesmente não entenderam porque o “Homem-Aranha 4”recomeçava a história do zero.

Morte em Família e O Cavaleiro das Trevas

Primeiramente, é legal entender de onde a Warner, Zack Snyder (o diretor por trás de “O Homem de Aço”, “Batman vs Superman” e os filmes da Liga da Justiça) e os roteiristas do Universo Cinematográfico da DC Comics estão tomando como referência para a criação da nova mitologia do Batman no cinema.

O Batman está sendo adaptado dos conceitos criados por Frank Miller na Graphic Novel “O Cavaleiro das Trevas” (1986). Nela Bruce Wayne está velho (entre 50 e 60 anos) e se aposentou como Batman. Convive com um peso enorme de ter deixado o segundo Robin, Jason Todd, morrer. Aliás, a morte do Robin foi um dos motivos determinantes para Bruce pendurar a capa.

Nos quadrinhos, Jason Todd morreu no arco “Morte em Família”, publicado originalmente entre 1988 e 1989, nas edições 426 a 429 da revista “Batman”. Na história, o Coringa espanca e sequestra o parceiro mirim do Batman, o prende em um armazém junto a uma bomba relógio, e o Homem Morcego chega tarde para salvá-lo.

Recentemente, nos quadrinhos, Jason volta dos mortos (é… fazer o quê) e se torna o vigilante Capuz Vermelho, adotando o mesmo nome que o Coringa usou antes de cair no tanque de produtos químicos em “A Piada Mortal”.

Ok, e o que isso tem a ver com o Jared Leto?

No Universo  Cinematográfico da DC Comics, Batman tem mais de 40 anos e também se aposentou. Provavelmente o motivo de sua aposentadoria é em relação a “algo” que aconteceu ao Robin e que está completamente ligado ao Coringa. Essa ligação é mostrada na pichação no uniforme do Robin, guardado na Batcaverna como memorial, e no jornal rabiscado recebido por Bruce Wayne (escrito: “Você deixou sua família morrer” ). Além de ser o Coringa, vemos que o vilão sabe a identidade do Batman.

Dessas informações os primeiros boatos sugerem, na verdade, que o Coringa não matou o Robin, como nos quadrinhos e sim, o Robin se transformou no Coringa.

Dois Coringas?

Não gosto muito dessa hipótese, mas é possível que o Universo Cinematográfico da DC Comics tenha mesmo dois Coringas. O Coringa original (vivido por Deus sabe quem) e o Coringa ex-Robin (Jared Leto). Essa ideia se fortifica devido às tatuagens. Elas podem ser uma espécie de lembrete ao Batman, como se o Coringa original quisesse dizer: “Olha o que eu fiz com o seu parceiro.”

Mas, eu acredito em outra teoria: Robin é o primeiro e único Coringa dos novos filmes.

A Warner procura algo novo, principalmente para o Coringa que teve ótimas versões no cinema, então ela precisa aproveitar mais o conceito de nêmesis, em pontos que ainda não foram aproveitados.

Por conceito, o Coringa é a personificação do lado mal do Batman. Ele é o grande vilão. O oposto. E observando esse mesmo conceito, só que inverso, vemos que o Robin é a personificação do lado bom do Batman. Inocente, criança, colorido, alegre, sagaz. Transformar o Robin no Coringa seria como se o lado bom do Batman, que o puxava sempre para a humanidade, fosse para o Lado Sombrio da força.

É como se o Luke Skywalker do Batman… se tornasse um Sith.

Dessa maneira, acredito que Batman e Robin estariam perseguindo bandidos (a gangue do Capuz Vermelho, talvez?), algo acontece, o Robin leva dois tiros, O Homem Morcego não consegue salvá-lo, o menino cai no tanque químico, revolta-se, fica louco e torna-se o arquiinimigo do Batman.

Esse conceito expande o significado de “Morte em Família”, porque todos os Robins nos quadrinhos eram órfãos (ou se tornaram) e acabaram adotados pro Bruce Wayne (se não oficialmente, pelo menos na relação de proteção entre pai e filho). O Batman não proteger o Robin e deixá-lo cair no tanque seria como se sua negligência paterna matasse um filho e Batman se culparia por essa negligência. O Robin também teria seu trauma, porque o garoto projetaria toda sua confiança e proteção nas mãos do Batman: deixá-lo cair no tanque aumentaria a sensação de abandono de alguém que já foi abandonado (pois era órfão).

Essa segunda teoria não explica as tatuagens, mas acredito que elas possam ser “troféus” que o ex-Robin usa para atacar o Batman, e cada tatuagem pode ser a morte de alguém próximo. Sabemos que o Comissário Gordon pode já estar morto no Universo Cinematrográfico da DC Comics e essa morte pode ter sido ocasionada pelo Coringa. Lucius Fox, Vicky Vale, e uma lista de incontáveis personagens secundários que já foram próximos do Batman podem estar nessa lista de mortos pelo Coringa. Mas isso é só especulação da especulação mesmo.

Mas qual Robin?

Acredito que o Robin escolhido para ser o Coringa é mesmo Jason Todd, o segundo Menino Prodígio nos quadrinhos.

Usar Dick Grayson (o primeiro Robin) seria um tiro no pé, pois a Warner já vem tentando aumentar a popularidade do Asa Noturna para usá-lo em filmes ou séries. Já cogitaram a participação dele em “Arrow” (Grayson seria interpretado por Steven R. McQueen, que chegou a postar fotos no Twitter dizendo que estava malhando para ser o Asa Noturna na série do Arqueiro Verde). A estreia aconteceria no final da segunda temporada, mas “Arrow” já se encaminha para o quarto ano e nada.

Ou foi estratégia para dispistar os fãs (duvido), ou a Warner mudou de ideia aos 45 do segundo tempo para usar o personagem em “algo maior”, como na série “Titans” em desenvolvimento pela TNT, ou McQueen mentiu descaradamente só para ver se algum produtor colhia o verde e colocava ele em “Arrow”. Mas é bonito ver a perseverança do rapaz, que voltou a postar fotos do uniforme e quadrinhos do Asa Noturna. Quem sabe um dia McQueen. Quem sabe…

Vale lembrar que Adam Driver (da série “Girls”) havia sido cogitado para viver o Asa Noturna em “Batman Vs Superman”. Provavelmente seria uma pequena participação, mas Driver recusou para viver o vilão Kylo Ren em “Star Wars: O Despertar da Força”. Então, esse “algo maior” para o Asa Noturna pode ser uma participação nos novos filmes da DC já no ano que vem, e que a Warner está mantendo embaixo dos panos.

Penn Badgley (“Gossip Girl”) e Ezra Miller (“As Vantagens de Ser Invisível”) também chegaram a ser cotados para ser o Asa Noturna. No final das contas, Miller ficou com papel do Flash no cinema e Badgley, junto com os rumores sobre o Asa Noturna, sumiu.

Eu não ficaria surpreso se Miller aparecesse como o Asa Noturna em “Batman Vs Superman”. Parece meio teoria da conspiração, mas a Warner está com um recente histórico de “mentir” sobre seu elenco para despistar os fãs. Scott Eastwood (“Coração de Ferro”), foi contratado para viver o soldado Steve Trevor em “Esquadrão Suicida”, mas na verdade, ele não será Trevor e sim um personagem misterioso que todos pensam ser Slade Wilson, o Exterminador. Chris Pine (“Star Trek”) assinou para viver o mesmo Steve Trevor no filme da Mulher-Maravilha, mas todos os rumores apontam que na verdade ele será o Lanterna Verde, Hal Jordan. Imagina só se a Warner desse um tapa na cara da sociedade e apresentasse Miller como o Asa Noturna em uma cena de “Batman Vs Superman”! Ah, sonho meu…

Mas, voltando aos Robins, não vamos nos esquecer de Tim Drake, o terceiro Robin, que recentemente nos quadrinhos se tornou o Batman na série “Batman Beyond” (sim, a série que leva o Batman do Futuro aos quadrinhos. No desenho o Homem Morcego é um rapaz chamado Terry McGinnis, criado diretamente para a animação). Se isso vingar, o Universo Cinematográfico da DC Comics pode ter uma troca de manto, e Batman deixar de ser Bruce Wayne e passar a ser Tim Drake, como nas HQs. Mas isso já é outra especulação da especulação.

Assim, nos filmes, Jason pode realmente ser o segundo Robin. O primeiro foi Dick Grayson, que desistiu de ser parceiro do Batman e no futuro pode voltar como Asa Noturna, e Jason Todd ser o Robin que vira o Coringa. Lembrando que o Homem Morcego já tem uma carreira de mais de 20 anos como vigilante, tempo suficiente para ele ter tido dois sidekick.

Fã que ladra, nem sempre morde.

Olha, quando Michael Keaton foi escolhido para ser o Batman, uma legião de fãs do herói se revoltaram enviando cartas e mais cartas para a Warner em recusa à escolha. Olha, nem Papai Noel recebeu mais cartas do que a Warner, naquele ano. Quando tochas estavam sendo acesas e a inquisição estava começando, o filme foi lançado e arrecadou 250 milhões de dólares (só nos EUA). “Batman: O Filme” tornou-se um marco na história e revolucionou a maneira de se fazer filme de super-herói. Jack Nicholson foi considerado um Deus no papel de Coringa, desbancando as atuações de Cesar Romero e seu bigodinho maroto na série transmitida entre 1966 e 1968.

A origem do Palhaço do Crime em “Batman: O Filme” estava bem diferente dos quadrinhos. Mesmo bebendo de referências de Alan Moore, o filme do Tim Burton colocou o arquiinimigo do Batman como o próprio “criador” do Batman. Isso mesmo! O Coringa, antes de cair no tanque de produtos químico, foi Jack Napper o assassino dos pais de Bruce Wayne! E para mostrar como a justiça tarda mas não falha, o jovem Bruce cresce, vira o Batman e derruba Napper no tanque e transforma o seu “criador” em pior inimigo.

Em 2007, os fãs do Batman voltaram a se revoltar, pois Heath Ledger foi escolhido para viver o Coringa em “Batman: O Cavaleiro das Trevas”. Ora! Como um ator dos filme “10 Coisas Que Odeio em Você”, “Coração de Cavaleiro” e “O Segredo de Brokebreak Mountain” poderia fazer um Coringa que fosse à altura de Nicholson? Mais uma lista enorme de rejeição foi enviada à Warner, com xingos ao Ledger (principalmente pela atuação em “Brokebreak Mountain”) e… o cara surpreende como Coringa, ganhando o primeiro Oscar póstumo dado pela academia e é considerado, por muitos fãs, melhor do que Nicholson.

Em “Batman: O Cavaleiro das Trevas”, novamente o Palhaço do Crime não teve uma origem igual a dos quadrinhos. Aqui o Coringa era um bandido completamente louco, sem passado, sem explicação, que usa maquiagem, tem cicatrizes no rosto formando um sorriso (ninguém sabe a origem das cicatrizes, pois o vilão conta sempre histórias diferente a respeito). O cara, simplesmente, aparece no filme.

Recentemente, os fãs continuam reclamando sobre a escolha de elenco nos filmes da DC. Ben Affleck como Batman resultou em uma enxurrada de twitters, em que, pelo menos, 71% era de rejeição, além da criação de um abaixo-assinado que não resultou em nada. A escolha de Leto para o Coringa foi mais amena, mas não menos revoltosa, ainda mais depois da primeira imagem oficial do personagem, todo tatuado. E tudo terminará em paz se Affleck e Leto forem bem em suas funções…

Batman: Maria do Bairro

Tá, isso tudo parece novela mexicana, sim. E talvez essa origem toda cheia de Robins, significados e justificativas para o Coringa seja muito dramalhão. Porém, mesmo sendo um pouco exagerada, combina com a posição da Warner de dar mais “profundidade psicológica” aos personagens, evitando que seu universo de super-herói fique mais colorido e descomprometido, como o da Marvel.

E que essa profundidade psicológica não leve os filmes da DC pro fundo do buraco, enquanto a Marvel continua subindo na montanha de dinheiro.

Mas ainda assim eu acredito. Tô falando sério, não riam.

 

O passado dos novos Batman e Coringa será mostrado ano que vem, nos filmes da DC.

“Batman Vs Superman: A Origem da Justiça” estreia dia 24 de Março de 2016. Com Ben Affleck (Batman), Henry Cavill (Superman), Gal Gadot (Mulher-Maravilha), Jesse Eisenberg (Lex Luthor), Jason Momoa (Aquaman), Amy Adams (Lois Lane), Jeremy Irons (Alfred Pennyworth), Diane Lane (Martha Kent), Laurence Fishburne (Perry White), Tao Okamoto (Mercy Graves), Ray Fisher (Cyborg), Ezra Miller (Flash), Holly Hunter, Scoot McNairy, Callan Mulvey e Dan Amboyer.

“Esquadrão Suicida” estreia dia 4 de Agosto de 2016. Com Will Smith (Pistoleiro), Margot Robbie (Arlequina), Jared Leto (Coringa), Viola Davis (Amanda Waller), Adam Beach (Amarra), Jai Courtney (Capitão Bumerangue), Cara Delavigne (Magia), Joel Kinnaman (Rick Flagg), Karen Fukuhara (Katana), Adewale Akinnuoye-Agbaje (Crocodilo), Jay Hernandez (El Diablo) e Scott Eastwood.


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