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Ozzy Osbourne

por Leonardo Rodrigues

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Alguém também quer carona?
John Michael era um moleque folgado. E se esse é um comportamento pouco surpreendente para um garoto de qualquer época, a cinza Birmingham dos anos 60 não era um ambiente que exatamente colaborava. Lá, o jovem de classe média baixa, em vias de virar Ozzy e pingando de emprego em emprego, colou na parede de uma loja de música um anúncio a procura de uma banda. Não demorou. Logo entraram em contato Tony Iommi e Terence Butler, recém saídos do The Rare Breed. O primeiro, ex-desafeto declarado do rapaz, teve que ser convencido a atar relações com o inexperiente vocalista.

Com Bill Ward formaram o Pulka Tulk, que variava o repertório entre o blues e o jazz e que, quem diria, viria a se tornar o derradeiro monólito do metal. Reformulados, se auto-alcunharam Earth, nome devidamente abortado por soar hippie demais e por causa de um filme de terror que Ozzy havia visto: Black Sabbath. Depois de quilômetros de asfalto rodados, o grupo aparou arestas em uma direção até então praticamente inédita: uma mescla de peso com ocultismo. Bingo!

No decorrer da década de 70, o Sabbath negro amuou platéias, experimentou o próprio conto de bruxas e lançou clássicos. Um atrás do outro. Ao menos os cinco primeiro discos da banda - em especial a estréia homônima e o acurado “Sabbath Bloody Sabbathâ€- figuram entre os mais célebres rebentos em cinco décadas de rock. Aclamado por muitos e execrado por tantos outros, o registro fanho e reto de Ozzy junto às bigornas em forma de riffs de Iommi se transformaram na “trademark†de todo um conceito.

Excessos típicos fizeram a fama do grupo, que deu de ombros e não fez meia-culpa em oferecer o olho da rua ao vocalista em 1979. Na fossa, Ozzy viu um anjo em forma de mulher na pele de Sharon Levy - filha do manager do Black Sabbath, Dan Raden - que lhe rendeu sobrevida artística e um divórcio seguido de casamento.

Sharon, agora empresária da carreira-solo de Ozzy, foi testemunha de um período marcado por novos clássicos e atribulações diversas. Entre elas, a morte trágica do guitarrista Randy Rhoads em um acidente de avião e o surgimento de um inventário de causos que, para o infortúnio dos envolvidos, pouco tinham de “lendas urbanasâ€. Cheirar numa tacada uma carreirinha de formigas (!?) e arrancar com os dentes a cabeça de um morcego vivo em pleno palco figuram entre os mais populares. “Madman†e “Príncipe das Trevas†passaram de termos pejorativos para nome de disco e mote de estratégias de marketing.

As loucuras tiveram trégua nos anos 90. Época de um inusitado “Ozzy família†dar as caras no retorno ao sucesso comercial de “No More Tearsâ€. Na trilha de uma trajetória cada vez mais planejada e menos prolífica veio o Ozzfest, um festival itinerante organizado por Sharon que ainda hoje percorre a América fomentando a cena heavy local. Os últimos capítulos da saga dão conta do reality show “The Osbournesâ€, responsável por entregar ao mundo os podres e paranóias de um clã que, afinal de contas, em pouco poderia ser diferente. Além de, é claro, Black Rain, o último álbum do vocalista que traz ao Rio de Janeiro e São Paulo a terceira e talvez a última apresentação do homem em terras brasileiras.

Tio Ozzy
Discografia
  • Black Rain (2007)
  • Under Cover (2005)
  • Live at Budokan (2002)
  • Down To Earth (2001)
  • Ozzmosis (1995)
  • Live & Loud (1993)
  • No More tears (1991)
  • Just Say Ozzy (1990)
  • No Rest for the Wicked (1988)
  • Tribute (1987)
  • The Ultimate Sin (1986)
  • Bark at The Moon (1983)
  • Speak of the Devil (1982)
  • Diary of a Madman (1981)
  • Blizzard of Ozz (1980)

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