
Os pais do Gorillaz...
O Daft Punk é uma dupla francesa que faz dançar desde 92, ano em que Thomas Bangalter e Guy-Manuel de Homem-Christo se reuniram para brincar de robô. Como robozinhos não possuem sentimentos, o duo não morre de amores por shows e platéias. Mesmo assim, os dois camaradas pisam pela primeira vez em palcos brasileiros ainda neste ano.
Eles têm a difÃcil missão de substituir o
Radiohead no posto de atração principal-modernosa-bacanuda. Pros que não sabem... O Daft Punk toca no Tim Festival. No Tim Festival.
Como todo ser humano que gosta de curtir uma vida de robô, Thomas e Guy-Manuel utilizam indumentárias robóticas e um recurso chamado vocoder, que deixa a voz com a impressão de ser sintetizada. O artifÃcio está em boa parte das canções da dupla, que são distribuÃdas entre três discos de estúdio.
Os álbuns da banda têm capas parecidas e são lançados religiosamente de quatro em quatro anos. É tiro e queda: desde 97, entre OlimpÃadas e Copa do Mundo, o Daft Punk coloca um trabalho na praça. Cada CD têm pelo menos um petardo que causa maior comoção – do público, pois robô não se comove: “Around the Worldâ€, retirada do Homework, “One More Time†(que tem clipe com a animada banda da foto acima), do Discovery, e “Robot Rockâ€, do Human After All.
Os dois sujeitos querem ser robôs, mas decidiram contar o inverso dessa história nas telas de cinema. “Daft Punk`s Electroma†(2006), primeiro longa de Bangalter e Homem-Christo, é sobre dois robôs que querem se tornar humanos. Como ainda não vi o filme, não sei quem interpreta o Gepeto.
Embora um tanto de sons eletrônicos de agora seja influenciado pelos caras, a importância dos franceses é resumida por uma frase. A sentença está na música de abertura do disco de estréia do LCD Soundsystem, de 2005. A faixa do CD do LCD é “Daft Punk Is Playing at My Houseâ€, que repete várias vezes os versos: “Daft punk is playing at my house, my houseâ€.
O Daft Punk toca na casa do LCD Soundsystem, nas pistas de dança e em festivais de várias sortes. Porém, nos idos de 92 a coisa não era bem assim. Nos primeiros passos da banda não existiam tantos confetes. Em vez de capacetes de robô, o que se via eram franjas indies.
O nome Daft Punk foi cortesia da revista inglesa Melody Maker. Eles afirmaram que a banda-embrião do Daft Punk, chamada Darling, era formada por “um monte de punks bobos†(“a bunch of daft punkâ€). O nome ficou, mas o tempo de punk bobo já era. A banda de indie rock mal-falada virou uma dupla de robôs bem-encorpada.

Thomas e Guy-Manuel em traje passeio completo.
O capacete é opcional.