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Quase impossível

Montage ao vivo - Mary In Hell, BH, 05/05/2006

por Rodrigo Ortega

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Luz vermelha acesa. Preparar... Sinal verde: pode gritar!

A primeira missão do trio eletrônico cearense Montage foi chamar a atenção do público de Fortaleza, uma cidade "muito forrozeira", segundo o vocalista Daniel Peixoto. A missão 2 foi se destacar em São Paulo, em uma época em que "hype paulista" é quase um estilo musical, ou a área VIP da cena nacional. No último dia cinco de maio, sexta-feira, no novo inferninho Mary In Hell, em Belo Horizonte, a banda enfrentou a missão 3: vencer a tradicional desconfiança mineira.

Passar por este desafio é quase garantia de final feliz, visto que nenhum estado tem o pé mais atrás do que Minas Gerais em relação a novidades pop. Haja vista o hype paulista (rá!) da Cansei de Ser Sexy, que a crítica local não engoliu nem com o super troféu joinha da Trama e o show em BH lotado.


Daniel na frente e Leco ao fundo

Antes da apresentação, Daniel contou que o primeiro disco da banda só não saiu ainda porque estão negociando com alguns selos, como o Lua Music de São Paulo, em parceria com o Killabeat, da Alemanha, mas garantiu que “até agosto o disco está aíâ€. O vocalista adiantou que o polêmico clipe de “If u like it†vai entrar na programação da MTV, e outro vídeo, de “Love without pantsâ€, estréia em breve no Multishow. Daniel ainda contou sobre a decepção do encontro com o ídolo Brian Molko, vocalista do Placebo, durante sua passagem pelo Brasil: “Pessoalmente, ele foi terrível. Tratou quinze pessoas que estavam comigo muito malâ€.

O show do Montage foi parte do festival “Show Caseâ€, produzido pelo pessoal do Digitaria. O início do show do Montage foi emendado com a discotecagem anterior, mas boa parte do público reconheceu a introdução de “I trust my dealerâ€, se virou para o palco, e não se dispersou durante o show. A pista da boate não deve ser muito maior do que o banheiro do Hotel Fazenda Hípica, em Atibaia, e mesmo assim mais gente deve ter visto o Montage no inferninho urbano do Mary In Hell do que no paraíso bucólico do Campari Rock.


Electro de olhos fechados

A maçã do Macintosh de Leco brilhou e Patrick fez as guitarras se intrometerem no electro ao vivo mais do que nas versões de estúdio. Mas eles foram coadjuvantes para Daniel, que colocou sozinho o público para dançar e até arriscar alguns versos dos proto-hits “Raio de Fogo†e “Ginastas Cariocasâ€.

Durante a passagem de som, Daniel deu vários pulos para testar o peso de sua bota sobre o palanque improvisado para os músicos. Mas ele acabou nem dando tanto trabalho para o tal palanque. Sua boa performance vocal foi refrescada com uma garrafinha de água mineral. Durante a maior parte do show, o máximo que ele fez foi permitir beliscões no bumbum a fãs mais exaltados. Só no final do show ele justificou sua fama de mau: se jogou no chão em “Presidente Americano†e simulou cenas de sexo em “Hardâ€, já no bis.


Daniel com sua aguinha e Leco ao fundo

No final do show, entre a expressão satisfeita do produtor Ricardo Castro e gotas de suor do público, um dos jornalistas que não engoliu Cansei de Ser Sexy passou sorridente, com cara de um Philip Seymour Hoffman que, no final, não foi tão difícil assim de ser vencido.

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