A sessão dominical estava marcada para Alfenas. Cidade bem maior que a anterior, Divisa Nova, mas consideravelmente menor que Poços de Caldas, a primeira visitada pelo jornalista. Desta forma, esperava encontrar um misto de euforia incontida caldense com olhinhos brilhantes divisa-novenses.

Bobagem! Cada parada é uma experiência única e imprevisível. No caso de Alfenas, município de 75 mil habitantes e que conta com um cinema, ainda que precário, era difícil prever o que nos aguardava. “O cinema aqui normalmente passa filmes antigos. Dia desses passou Dirty Dancing�, declarou uma moça presente ao evento. O que eu achei bem estranho.

A sessão da noite seria em um campo de futebol no bairro Chapada, periferia da cidade. A área, aberta e extensa, era muito diferente das anteriores. A princípio, isso frustrou a equipe do evento, já que dava a falsa impressão de que o local estava vazio. Dos três dias acompanhados por essa cobertura até agora, este foi decerto o de menor audiência. Mas não seria correto classificar o lugar como mal freqüentado.

Um fato interessante, que me parece ter passado despercebido pela equipe, é que muitos assistiram aos filmes de cima de um morro, atrás do campo, o que contribuiu para deixar o público ainda mais disperso. Devo confessar que tive vontade de experimentar cinema a cem metros de distância e bem, bem do alto.

Só muda o endereço: os 10 passos das traquinagens

Depois de três dias acompanhando a caravana do Magia do Cinema, percebi que algumas coisas sempre se repetem: as peraltices. Seja a sessão programada para o centro da cidade ou para a periferia, seja na cidade de maior porte ou no minúsculo município. Eis algumas delas:

1. As crianças sempre chegam arredias às oficinas, vão se soltando durante o dia e chegam ao fim do filme quase uns amores.

2. As alfenenses foram as mais encapetadas com que o jornalista teve contato.

3. Elas sempre tentam atrapalhar a projeção do filme de alguma maneira. Normalmente, jogando papéis.

4. Ontem, rolou até bola de futebol entre a tela e o projetor.

5. A única criança que vê graça em fazer sombra na tela e avacalhar o esquema é a que está fazendo isso no momento.

6. A que acabou de fazer a traquinagem das sombras costuma implicar com a que está fazendo.

7. A que ainda vai fazer, idem.

8. Puxões de orelha da equipe para esse tipo de travessura costumam surtir efeito. Por um brevíssimo período de tempo.

9. Os pimpolhos também têm imenso prazer em avacalhar fotos e filmagens. Isto normalmente atrapalha a equipe, os jornalistas locais e este que vos fala.

10. Puxões de orelha da equipe para esse tipo de travessura não costumam surtir o mínimo efeito.