Como nem só de música vive o Festival No Ar, mostras de curtas e debates com nomes como Dagoberto Donato (Trama Virtual), Bruno Ramos (Slag Records) e o jornalista Lúcio Ribeiro (Popload), entre outros, garantiram o sucesso das discussões sobre internet, imprensa, literatura marginal e a periferia, sempre voltando-se para a cultura pop nacional e internacional. Os ingressos esgotados comprovaram a afirmação do Festival No Ar como um dos mais importantes do paÃs após três anos de estrada.
Tocando pela primeira vez em solo recifense, os cariocas da Supercordas fizeram um show bom, mas morno, talvez pela falta de identificação do público com a “ruradelia†(a fusão da psicodelia urbana com o rock rural) da banda. Mesmo assim, eles pareciam felizes de tocarem no festival e satisfeitos com alguns poucos fãs que cantavam músicas como “Frog Rock†pertinho do palco. Ouvi alguns comentários de influências da fase folk do americano Beck Hansen em todas as músicas da banda, mas nada tão perceptÃvel – ou tão inspirado – assim.
Abriu a segunda noite de showcases com jam sessions espontâneas de um bom rock instrumental bastante influenciado por Frank Zappa. Segundo a definição deles mesmos, a olindense Conceição Tchubas faz um “Free Jazzy Space Metalâ€. A Sala Cine UFPE não deu pra quem queria. Ficou tão lotada que tinha gente assistindo ao show da banda do irreverente Grilo nos corredores da entrada. A empolgação de Grilo era tanta que uma corda de seu baixo partiu durante o show, mas ele não estava nem aà pra uma simples cordinha e continuou tocando com toda a “influência libertadora da arteâ€, como os próprios músicos definem.
As bandas da nova cena alternativa sueca realmente deram show. Fosse nos showcases, fosse no palco principal, o projeto Invasão Sueca atraiu o grande público e colocou todo mundo pra cantar e dançar.
“I have this theory that every person is a song. And if you ever met a person who is like 'God Only Knows' by The Beach Boys, you should stick to that personâ€. Com essa teoria Annika Norlin ganhou de cara o público que lotava a Sala Cine UFPE. Com sua voz doce e músicas lindas tanto em letra quanto em melodia como “People Are Like Songs†e “Anaâ€, o Hello Saferide fez uma apresentação quase que mágica, em que o público extasiado se deixava levar pelo carisma e doçura de Annika.