Dia 27
Wander Wildner e Thuderbird no Teatro MarÃlia
O show já começou dando pau quando Sérgio Serra, do Ultrage a Rigor, – que acompanha Wildner nesta empreitada de “Sub versões†– foi substituÃdo por LuÃs Thunderbird. O ex-VJ veio, então, para o Garimpo, em vez de ir para o VMB, que aconteceu na mesma hora de sua apresentação. Enquanto Wildner contava até trinta diante de cada pepino técnico, Thunderbird chutava o balde. O cara chegou a chamar o dono do bar A Obra e produtor do evento, Claudão, para reclamar.
Mesmo com microfonia e falha de equipamentos, Wildner se virou. No repertório, versões em português de músicas dos Ramones ("Eu acredito em milagres"), Beatles ("Trabalho duro") e de outros fizeram com que o berro "Toca Wander Wildner!" tivesse certo sentido. De sua obra, o destaque foi a canção que fechou o concerto, "Jesus Voltará", com muita improvisação e introdução pastoral. "Aproveitando que estamos no Marista... Cada Marista tem o Chevrolet que merece. Só Jesus salva", gritou o cantor gaúcho, em alusão aos persistentes problemas técnicos. Na letra de "Jesus Voltará" incluiu novas frases como "Vou conhecer O Bar / Tomar todas as cervejas / do Claudão / As mais caras" e "Porque numa noite dessas / Só o Claudão é a salvação". Os maristas gostaram. Eu nem tanto (o show é engraçadinho, mas canções desnudas carecem de talento). Aleluia.
Acústico Wander Wildner (desplugar pra fugir dos paus técnicos)
Dead Lover's Twisted Heart n’A Obra
Ainda curtindo a ressaca do Jambolada, primeiro festival da banda, o quarteto tocou em casa. Na primeira quinta de 2007 a banda fez sua estréia n’A Obra. A participação no Garimpo corresponde ao sexto show da banda no mais quente reduto roqueiro de BH. A novidade do repertório, do tipo certo para ser embalado e exportado pra Europa, foi a volta do maior hit em potencial dos meninos e da menina. A chicletuda “Where I Amâ€, com bateria eletrônica, é cada vez mais a predileta da casa.
Porcas Borboletas n’A Obra
Há uns bons três anos a Cachorro Grande carrega a tiracolo o tÃtulo de “melhor show do Brasilâ€. O que Ivete significa para a massa de abadás, o quinteto gaúcho representa para o público sem abadás (e que não tem saco pros emos). Se continuar rodando festivais e caso lance um disco tão bom quanto as músicas que compõem o atual show, os cachorros podem dar lugar aos porcas. Rever o show da banda de Uberlândia me faz rir de piada repetida. Pior que isso: rir da iminência da piada repetida. É como ver Chaves e dar risada porque você sabe que o Quico vai falar algo dali a dois minutos. Antes de a cena acontecer, você começa a rir. “Lembrancinhaâ€, contudo, não é melhor do que o episódio em que garoto das bochechas de buldogue velho engole um rádio (enquanto digito seguro as risadas, juro).
Dia 28
Roger Moore e Paralaxe n’A Obra
Roger Moore me fez dançar, e quem me conhece sabe que isso é o melhor elogio que posso fazer para alguém que tem justamente esse objetivo. Paralaxe é um ótimo show para se ver de olhos fechados. Desse jeito a gente presta atenção nas músicas bacanas e nas letras com amontoado de referências (o encarte do CD da banda deveria ter notas gigantes de rodapé). Sem fechar os olhos, a performance “tomei um choque e estou passando mal†do vocalista Fred HC vai te deixar com vergonha de falar que gostou. Por mais que as peças do som da banda sejam tão bem encaixadinhas.
dia 29: Lapa Multishow
U.D.R.
A conversa no Google Talk um dia após o show no palco secundário do Garimpo, montado no mezanino do Lapa, é sobre a ausência do maior hit da banda no show:
eu: nao rolou bonde da orgia de travecos no garimpo ne? :P
U.D.R. 666: nem rolou :/
mas é até legali sso
um show sem ana julia
eu: ahan
eu meio que ouvi
(estava incrivelmente dificil ouvir os vocais)
U.D.R. 666: tava mesmo?
tava rolando um retorno legal pra gente
Não houve tempo para que o duo de BH tocasse “Bonde da orgia de travecosâ€. E, no sábado de Garimpo, eu estava mais pra Thunderbird do que pra Wander Wildner: por isso não vi o show do U.D.R. inteiro.
Monno
“A gente já fez muitos amigos tocando Pedro The Lion. Mas hoje vamos tocar uma música de outra banda.†Assim Bruno Miari, vocalista e guitarrista do monno, anunciou a versão de “Grand Hotelâ€, do Kid Abelha, alçada ao repertório da banda desde o show no projeto Música Independente (especial gravado para a Rede Minas e rádio Inconfidência). "Estamos pra gravar e mandar pra Toller. Imagina se ela desse uma canja", comentou Bruno após o show no Garimpo. Imagino, sim. Ficaria ótimo. Com ou sem Paula, “Um dia um caminhão atropelou a paixão†continua sendo uma das melhores frases em canções pop roqueiras. E o arranjo do monno para a música do Kid é de primeira.
Hélio Flanders não faz isto.
Vanguart
O fim do show veio com “Last Trainâ€, oferecida aos integrantes do Dead Lover’s. No palco, o Vanguart ganhou uma música de brinde da organização e teve tempo para tocar “Enquanto isso na lanchoneteâ€, que não havia aparecido no set do Jambolada. O quinteto matogrosense implorou – com bom-humor – para que a platéia comprasse seus discos encartados na revista Outracoisa e vendidos na barraquinha do evento.
Montage
“Nós somos a merda do Montage, da merda de Fortaleza.†Merda. Era assim que eu queria anunciar o Montage, mas o Daniel Peixoto, vocalista da banda, chegou primeiro. Daniel tirou peças de roupa até ficar de bermurdinha e corpete. Mostrou metade da bunda, cuspiu água no público e não descartou a já tradicional parte do show em que enfia o microfone na parte traseira da bermuda. A banda cearense abriu com "I Trust My Dealer" e tocou ainda “Raio de Fogoâ€.