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Pílula no Eletronika 2008

Belo Horizonte, 38 a 31/08/2008

por Rodrigo Ortega, Taís Oliveira e Rodrigo Campanella

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O festival se chama Eletronika e é cheio de atrações folk; é de novas tendências e apresenta Fernanda Takai; tem o tema "centenário da imigração japonesa" e show do Macaco Bong. Melhor que tentar entender é curtir os shows de Fernanda, dos Bongs, Curumim, Vanguart, Mallu Magalhães, Monno, entre outros. Dizem por aí que até o Marcelo Camelo está entre os outros. Será? Confira aqui no Blog do Pílula no Eletronika.

Vozes femininas...

... e gritos

por Taís Oliveira

Fotos:

Mallu Magalhães tem uma Cat Power dentro dela. Resta esperar para saber como ela vai saber explorar seu talento, que tem valor apesar de ainda não lapidado. Por enquanto, nos contentamos com canções que poderiam estar na trilha de Juno, como a que Mallu cantou junto com Hélio Flanders.

Depois da voz doce da menina, muitos gritinhos. Primeiro, dos fãs. Depois, da vocalista do Lucy & the Popsonics, dupla que mesmo com John Ulhoa não conseguiu manter quase ninguém dentro do Grande Teatro. Ainda teve tempo para mais gritos agudos. Num clima shoegazer, a vocalista do Asobi Seksu alternava entre músicas com um "lá lá lá" interminável e outras com letras que pareciam em japonês. A banda é de Nova York, mas ainda não deu pra saber em que língua eles cantam...

3x1

Do RACIONAL à srta. MALLU

por Campa

Fotos:

*Ouvindo Racional vol.1 de novo, a percepção das coisas entrou um pouco mais no lugar. O show do Instituto foi bacana, mas tenso. Eles tocam tão bem, harmonia tão bem construída, que é difícil perceber que a banda não está solta no palco.

Eu fiquei sentado, o que talvez tenha aumentado a exigência. Músicos bem habilidosos estavam ali na frente (Ganjaman, Fernando Catatau, Curumim, B. Negão) mas a coisa não engrenava certinho.

Foi então que Racional entrou de novo no meu mp3, ontem. O show do Instituto é uma festa, que foi agitada mas meio distante. Racional do Tim é puro coração, é um cd cego de fé.

Para além do que o Instituto fez ou deixou de fazer, o "Apresenta Tim Maia Racional" deles é uma festa em honra ao Tim. Eu queria ver o Racional ao vivo, aquele iluminado e dolorido. Nós não estávamos na mesma sintonia. E minha vontade agora é Instituto de novo em BH, o mais breve possível.

**Mallu Magalhães é simpatia adolescente encarnada em, hmmm, 1m60 de altura. Mas tem um caminho gigantesco pela frente.

Como alguém comentou comigo "parece que todas as músicas do show dela são a mesma coisa", e tem um pouco disso sim. Mas parece que não é tanto culpa da srta. Mallu, mas talvez da banda de apoio, travada e desconfortável naquela noite de Palácio das Artes.

E a menina ainda deus umas desafinadas fundas. Mas é uma promessa, não há dúvida. Acho que nem é o caso de desejar que ela possa "encontrar o próprio caminho" sob o peso do hype, porque isso é meio furada. Melhor desejar que ela encontre as pessoas certas, que dêem os abraços certos, e as necessárias puxadas de orelha.

***"Salto no Vácuo com Joelhada", música que abre o Japan Pop Show do Curumim foi Muito melhor ao vivo do que no cd. E olha que no disquinho já é muito boa. Se alguém tiver o mp3, o youtube ou o que for, manda pra gente colocar aqui.

Gente bonita em clima de paquera

Sábado no Eletronika

por Rodrigo Ortega

Fotos:

- Você vai entrar de novo ali? - me pergunta o adolescente de boné, com cara de fã de Charlie Brown Jr, apontando na direção do salão improvisado para a imprensa, onde Mallu Magalhães estava dando entrevistas para, aparentemente, todos os jornalistas musicais de BH.

Ele queria tirar uma foto de pertinho, nem que fosse por uma tietagem terceirizada (pobre garoto, ainda bem que a bateria acabou antes de ele ver o quão ruim ficou a foto que eu tirei pra ele). Mas logo depois deve ter ficado mais satisfeito, já que uma fila de dezenas de fãs se organizou e a Mallu conversou com cada um deles.

E não foram só os mais jovens que suspiraram pela Mallu. Na apresentação dela, no Grande Teatro do Palácio das Artes, cada comentário era seguido de risinhos gerais. Realmente a garota consegue ser simpática até na hora de tirar o papel do bolso para não chegar em casa depois e se lamentar "Putz! Esqueci de tocar essa parte", como ela mesma explicou. E o melhor de tudo é que, além de ter comentários e músicas gracinhas, ela canta de verdade, bem melhor que eu imaginava.

A surpresa do show dela foi a participação de "Helinho", como ela chamou, que tocou gaita, cantou em duas músicas e beijou a mão de Mallu. Na fila de fãs, uma garota explicou a outra quem era "Helinho": "ele é vocalista de uma banda chamada Vanguart e namorado dela".

E a cantora que completou 16 anos sexta-feira não foi a única assediada no Eletronika. No show do Monno, que abriu a noite no teatro João Ceschiatti, o grande destaque foi uma menina da platéia que ficou o tempo inteiro gritando pelo vocalista e guitarrista Bruno Miari. "Lindooo!". O público não-adolescente se irritou ("Cega!", respondeu um; "Toca logo pra ela parar de gritar", pediu outro).

Mas Bruno não se incomodou muito (exceto quando ela apontou o seu cofrinho, enquanto o guitarrista se abaixava para arrumar o defeito do seu pedal de guitarra, que atrapalhou bastante o show). Eles acrescentaram à banda um tecladista fixo e um trompetista em "21 dias". Sem o clima de bagunça de shows em inferninhos, a banda mostrou segurança nos instrumentos, especialmente as boas levadas da bateria de Koala.

O guitarrista Kayapy, da banda que tocou logo depois do Monno, o Macaco Bong, seria a vítima dessa minha história de "onde os feios não têm vez". Ele tem um cabelo de samambaia, não usa microfone nem pra dizer boa noite pro público e faz umas caras estranhíssimas enquanto toca os melhores riffs de guitarra que eu conheço entre as bandas brasileiras atuais.

Seu show estava mais vazio que o do Monno e esvaziou ainda mais quando a Mallu começou no teatro maior lá de cima. Mas depois que eu vi Kayapy também cercado de jornalistas, com uma garota com carinha de anjo parecida com, hmm, Mallu Magalhães, vi que ele não tinha nada de vítima.

Quem se deu mal no fim, ironicamente, foi um trio de garotos bonitos e novinhos com roupas da moda e músicas idem, um rock dançante bem divertido. Umas sete pessoas, incluindo eu durante duas músicas, devem ter assistido a apresentação do Pop Armada. O resto do público estava vendo o post-rock do Hurtmold, pagando seus pecados musicais por ter visto antes uma jovem estrela da MTV. O grupo tocou um som tipo trilhas para vinhetas da MTV no começo e, com a participação de Paulo Santos, do grupo Uakti, trilhas para programas ecológicos da TVE.

Depois do Hurtmold, não havia nenhuma energia para ver o Asobi Seksu, atração final. Apesar do visual incomum do palco e da vocalista japonesa, o som é um derivado de My Bloody Valentine convencional, rock arrastado que não impediu quem não havia ido embora de tentar se manter acordado. Eu desisti.

O vídeo que ilustra esse post não tem nada a ver com o sábado. Mas assim como a Mallu, é super gracinha: Fernanda Takai tocando "Diz que fui por aí" no show da quinta-feira. Vê aí:

(Vídeo do youtube.com/everaldobh)

Curumin

O que é?

por Taís Oliveira

Fotos:

O que é Curumin? Samba, rock, rap, eletrônica? Soul/dub, como diz no MySpace? Será que o que ele(s) toca(m) é, então, uma nova tendência musical, constituída de bateria, baixo e samplers?

O que é o show do Curumin? Eu, como uma pessoa sem muita veia sambista, apenas observava, pensando que aquele som deve agradar muita gente. O tempo passa e a cadeira parece não ser mais o lugar certo, os pés não ficam quietos. Aconteceu: fui conquistada pelo Curumin. A "banda", que no início perguntou onde estavam as pessoas de BH, no final estava tão grata com a receptividade do (pequeno) público que não queria sair do palco. E fazendo "charminho", trocaram de instrumentos e emendaram mais - quantas? - músicas. As cadeiras já não valiam mais a pena; o terreno estava preparado para o que viria a seguir.

INSTITUTO apresenta TIM MAIA RACIONAL

Vol. 2

por Taís Oliveira

Fotos:

O Grande Teatro do Palácio não era o lugar ideal para o show do Instituto. Apesar disso, muita gente soube resolver o problema apenas ficando em pé nos corredores e na área da frente, encontrando algum espaço para dançar. Mas uma vantagem o local tinha: dava uma visão privilegiada das belas pernas de Negra Li, que quando entrava no palco, levava todos os olhares para ela.

Para quem se emociona ouvindo os discos da fase Racional de Tim Maia, ouvir as músicas tomando forma na sua frente é um momento inédito quase tão emocionante. Não era Tim Maia, mas era Instituto, B Negão, Negra Li, Curumin, e era muito bom. Com direito a uma história meio estranha sobre a fé nos tempos racionais...

INSTITUTO apresenta TIM MAIA RACIONAL

Vol. 1

por Campa

Fotos:

O bom show do coletivo paulista Instituto revivendo os Racionais de Tim Maia não foi tudo que podia ser não, ontem à noite no Grande Teatro do Palácio. Que, por sinal, não é nem perto um lugar ideal para um show encorpado e suingado.

Mas por agora vou dizer só isso aqui, porque isso é muito próximo da perfeição:

Não raro, isso enche meu olho de água.

Vanguart

Tem mais acabou

por Rodrigo Campanella

Fotos: Divulgação

Hélio Flanders começa a sair do palco do Palácio das Artes e, claro, vêm os gritos de "toca mais uma!". O vocalista do Vanguart olha pra platéia ali pertinho, ligeiramente encabulado, e solta: "Mas cara, a gente tocou tudo já". Era seríssimo. Todas as músicas do cd 1 do Vanguart e mais uma inédita tinham acabado de passar pelo Eletronika.

Mas Hélio volta, a banda que nem tinha dado cinco passos retorna a seus postos e eles emendam Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band + With a Little Help from My Friends. Batido, mas essencialmente bacana quando no lugar certo, no momento certo.

De todo modo, melhor não ter esperanças gigantescas sobre novo cd do Vanguart por agora. Ou foi tudo jogo de cena (coisa em que o Flanders parece um mestre natural)?


Vanguarts na floresta

Ainda teve Fernanda Takai. Conto mais aí depois.

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