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Massacration ao vivo, Lapa Multishow, Belo Horizonte, 10/02/06

O show que não foi

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por Braulio Lorentz e Rodrigo Ortega
(texto e fotos)


Fã não muito satisfeito posa para nossa câmera

Os fãs do Massacration compareceram em peso ao Lapa Multishow e fizeram muito barulho em uma das noites mais quentes do ano em Belo Horizonte, mas a banda não apareceu para retribuir com seu “verdadeiro metalâ€. O motivo alegado foi falta de pagamento da banda pela produção do evento.

“O contratante Rodrigo Angrisano simplesmente não cumpriu suas obrigações com a banda, nos colocando numa situação muito delicada perante equipe, companhia de ônibus e hotel. O contrato que assinamos com ele deixa muito claro que todos esses pagamentos deveriam ser efetuados antes do show, o que não ocorreuâ€, disse a produtora do Massacration, Monika Cavalera.

O evento estava marcado para 21h, com quatro bandas de abertura: Inner Fire, Overdrive, Brave e Seattle Voice. Após a apresentação dos quatro grupos, a banda não subiu ao palco. Nos primeiros minutos o público não se irritou e encarou o atraso com bom humor, até porque a banda é formada pelos humoristas do programa Hermes e Renato, da MTV. Foi aí que o Pílula Pop improvisou em seu substantivo jornalístico. Houve uma mudança do adjetivo cultural para o investigativo.

Partimos em direção à barraquinha de camisetas, e depois de nos apresentarmos, começamos o diálogo:

- Oi, a gente queria entrevistar os caras do Massacration.

- Olha, eu vou pegar o nome e telefone de vocês e passar pra produtora deles. É que aconteceu um negócio aqui, depois eles entram em contato.

- Depois do show?

- Hm. Depois eles entram em contato.

Parecia teoria da conspiração, mas certas atitudes indicavam que havia algo errado. A principal delas era a rapidez com a qual foi desmontada a barraquinha de camisetas do Massacration. A saída às pressas da equipe do jornal Rock News foi outro mal sinal. “Ou eles conseguiram uma entrevista exclusiva lá fora ou já estão no salve-se-quem-puderâ€, pensamos.


A polícia chegou

A viatura da Polícia Militar chegou ao Lapa para atender a ocorrência de um arrombamento de veículo e acabou tendo que chamar reforço para evitar confusão e fazer o registro da queixa pelo público, pedindo a devolução do dinheiro das entradas (R$ 25 antecipados e R$ 30 na porta). O prejuízo dos pagantes não foi só nos ingressos. “O carro arrombado era de Marianaâ€, contou um dos policiais. A cidade histórica de Mariana fica a 100 Km de Belo Horizonte.

Os pais sentiram o peso do metal no bolso. Renato e Rose Borges esperavam os três filhos na porta do Lapa Multishow. Ao todo gastaram R$ 90 em ingressos, sem contar as despesas com gasolina e camisetas da banda.

Mas o casal não demonstrava a mesma indignação de um grupo de estudantes. “Eu só quero meu dinheiro de volta e ir pra casaâ€, desabafou Antônio. Mas as bandas de abertura não valeram a pena?. “Se eu quisesse ver banda cover, eu pagava 8 reais no Matriz (pequena casa de shows de BH)â€, respondeu mesclando bom humor e exaltação.


O palco vazio ficaria cheio de garrafas e latas depois

Segundo Rond Gaspar, vocalista da banda Antenafobia e produtor de shows no Lapa Multishow, como o BH Rock Mais, a casa não tem responsabilidade sobre o ocorrido. “O Lapa foi apenas alugado pelo produtorâ€, explicou.

“A banda Massacration está muito desapontada, pois era o primeiro show com todas as músicas do disco e com superprodução de palco. BH era nossa primeira grande capital para a estréiaâ€, contou Monika. O produtor Rodrigo Angrisano não quis falar com nossa equipe no local e por e-mail disse apenas que está “reunindo algumas informações e comprovantes de depósitoâ€. “Acharemos uma forma de ressarcir as pessoas que pagaram pelo ingressoâ€, afirmou. Não foi dessa vez que BH uniu as gargantas no “raruearuôâ€.

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