Smile
Brian Wilson
Rodrigo James, jornalista e assessor de imprensa
Escolho por vários motivos. Primeiro, porque foi o melhor disco lançado aqui em 2004. Assim como poderia ter sido em 1967, quando deveria ter sido lançado originalmente, ou 1968, 1969... e por aà vai.
Em segundo lugar, porque é um disco que contém música pop de primeira qualidade, feita por um dos grandes arquitetos das melodias pop em todos os tempos. É atemporal e agrada a gregos e troianos.
E em terceiro e último lugar, porque as canções ali contidas têm um quê de clima natalino, de férias, praia e tudo mais que o brasileiro adora fazer de agora até o final de fevereiro. É a trilha sonora perfeita para se ouvir na noite de Natal, num luau numa praia do Nordeste, à beira de uma lagoa no interior de Minas Gerais, ou na agitação do verão de Florianópolis. Mas ainda assim, se você não estiver em nenhum destes lugares, Smile é deleite para seus ouvidos no conforto de sua casa, pensando “como era boa a década de 60â€.
The Essencial Sly and the Family Stone
Sly and the Family Stone
Alfredo Brant, jornalista
Natal é época de festividades, certo? Nada melhor então que uma festa em famÃlia para comemorar. Não uma festa careta, mas sim uma grande farra, com todos dançando e se divertindo. Seguindo essa linha familiar-festiva, minha sugestão é uma das grandes bandas das décadas de 60 e 70: Sly and the Family Stone. Sete integrantes de todas as raças e gêneros, capitaneados por Sylverster “Sly Stone†Stewart, escreveram uma parte da história do funk americano.
A coletânea dupla The Essencial Sly and the Family Stone faz uma criteriosa seleção das melhores músicas do combo. Através de referências que vão da música negra americana ao rock’n’roll psicodélico, eles fazem um som nada menos que delicioso.
De cabo à rabo, canções cheias de balanço interpretadas por uma banda azeitada. O entrosamento faz com que tudo esteja em seu lugar: guitarras com wah-wah, linhas de baixo envolventes, vocais clichês, metais de praxe. Uma verdadeira celebração. Do embalo de “If you want me to stayâ€, passando pelo saboroso soul de “Family Affairâ€, pelo pop perfeito de “Somebody’s Watching You†ao energético rock “I want to Take you Higherâ€.
Se o que você procura é algo divertido para essa época caretona que é o Natal, este é o meu conselho. Caia de cabeça no groove dançante.
London Calling
The Clash
Guidi, vocalista e guitarrista do Pic-Nic
Um ótimo presente na minha opinião é o CD London Calling, do The Clash. Minha banda, Pic-Nic, está ensaiando oito músicas desse álbum para um show-tributo ao Clash e, graças a isso, pude conhecer melhor a banda que sempre curti, mas só as músicas manjadas.
Estou surpresa com o que descobri. Ela não é só uma banda punk muito boa, é surpreendentemente original - o que não se espera geralmente de uma banda do estilo. “Guns Of Brixtonâ€, por exemplo, é um reggae de primeira que me pegou de surpresa. Sem contar as letras, ótimas. Este CD é um ótimo presente porque, além ser “gordo†(tem 19 faixas - todas boas!), está completando 25 anos e será relançado aqui no Brasil com faixas extras.
Daà é só escolher se você espera, ou compra logo o que está aÃ! Meu namorado sempre foi fã do Clash, mas eu nunca peguei os CDs dele para dar uma espiada, talvez achando que já soubesse o que me esperava. Ter aprendido a tocar essas músicas, além de muito divertido, já foi um verdadeiro presente de Natal, pois conheci uma nova banda para amar.
Box Roberto Carlos
Roberto Carlos
André Fiori, Velvet CDs
Olha, o que EU gostaria de ganhar nesse natal é o box de 8 cds do Roberto Carlos, com tudo que ele gravou nos anos 60. Algumas das coisas mais legais de rock que já foram gravadas no Brasil...
Ro Sham Bo
The Grays
Marcelo Mercedo, vocalista e guitarrista do Ãmpar
Quando me perguntaram que disco eu recomendaria como presente neste natal, a primeira coisa que me veio à cabeça foi o álbum A Christmas Gift for You from Phil Spector, de 1963. Aà pensei: Não... muito óbvio. E arriscado também. Não quero parecer mais um desses chatos nostálgicos e presos no tempo. Algo mais recente, então. The Beach Boys, Pet Sounds, 1966. Não... a técnica “Passos de Bebêâ€, outrora de muita utilidade, não me ajudará neste momento. Qualquer disco da Aimee Mann... Michael Penn... ou do Jellyfish, quem sabe. Olho minha estante de CDs e lá está. Depois de Glen Phillips, antes de Honeydogs. Nem tão nostálgico e preso no tempo assim, escolho The Grays com seu único álbum Ro Sham Bo, de 1994. O presente já vale pelo encontro dos três compositores/multi-instrumentistas/produtores Jason Falkner, Buddy Judge e Jon Brion. Prato cheio para quem curte pop de bom gosto. Canções bem construÃdas, ótimas melodias, grandes arranjos. Arte e entretenimento em uma só coisa. Melhor combinação não há.
Build Up
Rita Lee
Guilherme Miquelutti, jornalista e radialista
O disco é uma obra prima do rock nacional. Trata-se do debut solo de Rita Lee, mesmo que com produção de Arnaldo Baptista e orquestração de Rogério Duprat. Na verdade é um disco dos Mutantes que não está incluÃdo em sua discografia oficial. Uma outra grande vantagem é que este disco pode ser encontrado facilmente em lojas virtuais ou não por menos de quinze reais. Uma obra prima da tropicália, por menos quinze reais. Aà não tem desculpa para pirataria. Consulte também o debut solo de Arnaldo Baptista, o lendário Loki?. É baratinho também.
Eu não sou cachorro não
Vários
Renata Lobato, jornalista e assessora de imprensa
Ideal para amigos ocultos, festinhas de final de ano, aniversários, casamentos e atos fúnebres, este CD atende a todos os tipos de tipos.
São 14 hits como os notórios “Uma vida só†(pare de tomar a pÃlula) de Odair José, ideal para aquela Tia beatona, “Eu não sou cachorro não†(Waldick Soriano), para o eterno solteirão da turma que faz o tipo cafajeste romântico, e hits ainda anônimos como “Eu queria ser negro†de Marcus Pitter ou o surpreendente “Brasileiro no meu calor†do ressuscitado Sidney Magal.
Há também faixas para os militantes polÃticos, como a inebriante “Garoto de rua†do cantor Balthazar - tomado pela influência do dedicado rei mago. O destaque especial vai para a participação do superpopbrega - ou não - Caetano Veloso, que divide com Odair José a consagrada “Vou tirar você desse lugarâ€.
É óbvio que há muita estrela de fora, mas o conjunto atende pedidos desesperados e mais comedidos. Enfim, uma coletânea de poucos para muitos. Ah, e para o conjunto ficar completo, não se esqueça de colocar junto um belo cartão dos “pintores com os pésâ€, tomado por uma mensagem com a palavra “prósperoâ€.
Toxicity
System of a down
Daniel Pulga, repórter da TV UFMG
Uma mistura pouco convencional de árabes, americanos, gritos esganiçados e versos melódicos. Perfeito para quem deseja fugir de “papainoelices sonoras†como as trilhas de Tim Burton ou “O Quebra Nozesâ€. O álbum consegue envolver polÃtica e musicalidade em singles como “Deer Danceâ€, “Aerials†e a faixa-tÃtulo. Uma ótima pedida para encher o saco de Papai Noel com um pouco de ativismo.
Room on Fire
The Strokes
Fernando Pennafort, músico
No referente à música, me considero um cara bem fora dos padrões. Eu praticamente só gosto de coisas antigas tanto de fora como nacional. Disco de presente de natal requer ser moderno. O máximo de moderno que gosto são umas seis bandas de fora e uma nacional que são os Tribalistas. Eu gosto muito do primeiro disco dos Strokes. O segundo eu não conheço, mas ouvi dizer que é bom. Então, por ser um disco não tão antigo, recomendaria esse. O segundo dos Strokes, que eu não sei o nome.