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Noite de quinta, terminada a última projeção do dia, sobe ao palco a pesquisadora e professora Ivone Marguiles para falar da diretora Chantal Akerman e de “Jeanne Dielmanâ€, que havia ocupado a tela atrás dela pelas últimas três horas e vinte e cinco minutos. Ao invés de se colocar ali apenas para ovacionar a diretora que pesquisa, Ivone deu uma aula, nos mínimos detalhes da fala, de como observar o(s) cinema(s). Citou diretores, movimentos, propostas e falou muito de coerência de uma idéia com um filme. Não usou dogmas, falou claro.

Tudo se resumiu (mesmo que resumos sejam tão pobres quanto reduzir músicas aos riffs apenas), na resposta que ela deu a uma pergunta:

- Mas Herzog, Kieslowski, Sokurov conseguem nos filmes deles o mesmo efeito que esse filme (“Jeanne Dielmanâ€) usando uma montagem sintética. Esse filme precisava realmente ter três horas de duração?


Viva Volta, de Heloisa Passos

- A grande questão é que cada um desses diretores parte de uma proposta diferente. É difícil fazer uma comparação desse tipo se cada um busca alcançar uma coisa.

Bingo. É a ducha de bom senso naquela velha idéia de que há UM cinema correto, bom-caráter e defensável. Cinema é cidade aberta, cheia de portas – e foi assim que eu ouvi a fala de Marguiles. Há aberturas que dão em um King Kong, outras que sopram Old Boys e ainda aquelas em que se cruza com Chantal Akerman. E é essencial que continue esse caleidoscópio de intenções. Sem confundir King Kong com Big Brothers ou similares. Há todo tipo de espetáculo em cartaz.

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