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06 de outubro – O que já dá pra dizer

1 da tarde

por Rodrigo Campanella

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Nas sessões/cabines para imprensa apresentadas antes do início do Indie, deu para ter uma idéia boa de como o cinema pode se expandir em direções diferentes, muitas vezes contrárias. As sessões aconteceram na sala 4 do Usina, sala modesta (mas enxuta, se não me engano teve reforma recente ali) e com tela pequena. Como tamanho físico só costuma ser indispensável se o filme é meio oco, os filmes que eu vi naquela sala permanecem grandes na minha cabeça.

“Império dos Sonhos/Inland Empireâ€, novo de David Lynch, estava com exibição programada para terça-feira mas houve problema no arquivo da projeção digital (o donwload não completou a tempo), e a exibição foi trocada para “Irina Palmâ€. Como Lynch é chamariz para jornalistas, críticos e interessados em pirar, a cabine rendeu muita gente para os padrões de Belo Horizonte, que acabou vendo esse outro filme.

E foi interessante ver o pessoal sair impressionado do longa de Sam Garbarski sobre uma senhora inglesa que, para salvar o neto doente, arruma dinheiro usando as mãos – para masturbar clientes anônimos em um sex club.

Lynch passou na quarta, e a piada geral era que a não-exibição de “Inland Empire†na terça, e a espera criada, faziam parte da “experiência†de ver um filme dele. Um estranho par de escova de dente + molho de chaves encontrado na sala no final da sessão de quinta-feira deu seguimento à piada. Lynch foi o astro da semana, atenção que ele provavelmente só encontra em festivais e entre quem trabalha/é alucinado com o assunto.


O Novo Mundo

O que passou na quinta foi “Novo Mundoâ€, trabalho muito bacana de Emanuele Crialese, que antes dirigiu “Respiro†e levou pelo novo trabalho o troféu de Revelação no Festival de Veneza em 2006. Na maior parte é um filme realista sobre a ida (eu ia escrevendo “vindaâ€) de imigrantes italianos para Nova Iorque no início do século passado. Mas de tempos em tempos no filme um momento surreal acontece, não para quebrar a história mas, ao menos eu vejo assim, para nos fazer entrar nos sonhos e no peito daqueles personagens. É uma opção de cinema, que desagrada alguns. Colegas de crítica na sala reclamavam que o filme começa bem mas descamba para uma fantasia gratuita.

A mim, agradou bastante. A última cena, ao som de Nina Simone (“Sinnerman†mesma música final do filme de Lynch, coincidência bizarra), é inesquecível e emocionante para quem descende de uma família italiana que veio “fazer a Américaâ€. Dá muita coisa para pensar.

Por falar no assunto, a resenha de Inland Empire você pode ler clicando nessa frase.

Olhando pra trás: O Tempo que Resta, no Indie 2006

Olhando pra frente: hoje tem “Mutum†19h no Usina 1 (que levou melhor filme do júri oficial no festival do Rio), “Savage Grace†21:10h na mesma sala e as três horas de “Inland Empire/Império dos Sonhos†às 20:50h no Usina 2.



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