Hoje teve “A Mulher é o Futuro do Homemâ€, meu terceiro filme de Hong Sang-Soo, diretor coreano que, o catálogo do Indie me conta, foi classificado pelo New York Times como “um dos mais autênticos cineastas que emergiram na cena cinematográfica mundial recentementeâ€. Em mim, ainda não acerta tão bem.
Sang-Soo tem méritos que eu vejo: faz dramas encapuzados de comédia quase romântica que ensacam na mesma embalagen algumas risadas e cenas de sexo/discussões de bar até cansar de incômodas. Deixa os filmes em aberto, parados num ponto do tempo em que a história não se soluciona porque a vida não é algo “solucionávelâ€. E filma a vida: os dilemas pequenos de amor, triângulos de amantes, caminhos deixados para trás, desencontros e alguns esbarrões.
E se aquelas cenas parecem querer dizer algo mim – os táxis, os jantares, os almoços, os encontros casuais – elas não me emocionam, ao menos não muito. Talvez não seja o caso mesmo, e o que o diretor quer de mim é me tomar para um passeio pela vida, sem dramas realistas ou tons de epopéia hollywoodiana. Simplesmente um passeio, o mais natural e à s vezes desconexo possÃvel. E eu até gosto de ficar nesses passeios até o fim, eles me prendem na cadeira a certa altura. Só que eu saio filme após filme dele pensando: até quando será que esse vai conseguir permanecer na minha cabeça?