Você decide morrer
23.08.09
por TaÃs Oliveira
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Veronika decide morrer
(Veronika decides to die, EUA, 2009)
Dir.: Emily Young
Elenco: Sarah Michelle Gellar, David Thewlis, Erika Christensen, Jonathan Tucker, Melissa Leo, Erica Gimpel, Matthew Cowles
Princípio Ativo: Veronika decide viver
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Veronika (Buffy Sarah Michelle Geller), uma jovem bonita e com um bom emprego, engole várias pÃlulas com a ajuda de vodka e ao som de Radiohead. É uma das primeiras cenas de “Veronika decide morrer†e, ao assistÃ-la, a impressão é de que será a melhor do filme, não só pela trilha sonora, mas pela (falsa) esperança de que a protagonista realmente morra.
A impressão, inevitável por se tratar da adaptação de um livro de Paulo Coelho, não se concretiza. Veronika não morre. Acorda numa clÃnica psiquiátrica com pouco tempo de vida devido à s seqüelas da overdose. ClÃnica psiquiátrica que, a propósito, tem um bocado de loucos lúcidos, que reagem como pessoas “normais†– a cena em que Veronika dá um tapa em um paciente é exemplo disso.
O detalhe é só um sintoma do roteiro fraquÃssimo. Os diálogos são péssimos e, por sorte, não tão freqüentes, já que o filme tem um tom mais “introspectivoâ€. Algumas cenas são bem irritantes, como as consultas de Veronika (e sua atitude adolescente) ao psiquiatra (Thewlis) frustrado e ***clichê alert*** com a mesma “loucura†dos pacientes que trata.
As decepções da vida sem sentido de Veronika são explicadas com o piano, que ela largara porque os pais queriam uma formação normal para ela e reencontrado na clÃnica (e se me permitem um parêntese, as traduções/legendas andam bem ruins; no filme, um “play†é traduzido por “brincarâ€). O mesmo piano-metáfora faz com que a protagonista encontre o amor em Edward (Tucker), um homem traumatizado que havia parado de falar por anos e “curado†por Veronika.
Mas o filme não tem só problemas. Melissa Leo consegue salvar o elenco do fracasso total, com uma história paralela interessante. O longa tem um ritmo próprio, lento, mas interessante. Ele não serve só para que Veronika perceba o valor da vida, mas para que possamos captar todos os detalhes, luzes, cores, sons, toda a beleza que a diretora Emily Young investiu na obra.
E é com vários closes, ângulos inusitados e uma boa fotografia que o filme se sustenta, dado o fraco roteiro. Um rostinho bonito sem conteúdo. A estética torna o longa atraente aos olhos, concentrando a atenção perdida com o roteiro ruim. E, junto com a lição de moral de que devemos viver cada minuto como se fosse o último, a conclusão é que “Veronika decide morrer†é um filme bonitinho. Como a Sarah Michelle Geller. Mas com aquele nariz atrapalhando.
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Buffy faz cara de quem decide morrer. Gianecchini school of acting na veia.
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