Um, dois e três
04.09.09
por Renné França
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O sequestro do metrô 1 2 3
(The taking of Pelham 1 2 3, EUA/Reino Unido, 2009)
Dir.: Tony Scott
Elenco: Denzel Washington, John Travolta, John Turturro, Luis Guzmán, James Gandolfini
Princípio Ativo: Transtorno de déficit de atenção
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“O Sequestro do Metrô 1 2 3†é a refilmagem de uma produção de 1974 estrelada por Walther Matthau e Robert Shaw. Como o tÃtulo já conta, a história gira em torno do sequestro de um vagão de metrô e suas consequências para o funcionário obrigado a fazer o papel de negociador e o lÃder dos criminosos.
É no embate dos diálogos entre os dois que está o melhor do filme. O roteiro arma um clima inicial tenso que perde força aos poucos até um final sem graça e previsÃvel. Com mais erros que acertos, os defeitos e qualidades da produção estão diretamente ligados à s suas forças principais que, como adivinha o tÃtulo, são três:
1. Denzel Washington
Um Oscar na prateleira. Melhor, dois Oscar. Já trabalhou com Spike Lee, Jonathan Demme, Pakula, Lumet e Ridley Scott. Para que insistir em filmes que só serão destaque em um Supercine da vida? Como o funcionário do metrô investigado por corrupção, Washington traz uma pretensa seriedade para o projeto e uma interpretação contida e dúbia que funcionam para a história. Por outro lado, ele já fez antes (e melhor) esse papel do homem comum em situações extraordinárias - e sua presença aqui só serve para deixar mais forte o gosto do “já vi isso antesâ€.
2. John Travolta
Depois do retorno triunfal com “Pulp Fictionâ€, Travolta parece ter se especializado em vilões exagerados que giram os olhos enquanto falam e cospem uma ironia atrás da outra. O frio Ryder, que sequestra passageiros por um resgate de 10 milhões de dólares, é apenas mais uma versão desses tipos bizarros. Em alguns momentos, os exageros de sua interpretação funcionam muito bem (principalmente em contraposição com o contido Washington), mas na maioria do tempo as caretas para tentar expressar a psicopatia do personagem simplesmente constrangem.
3.Tony Scott
O irmão de Ridley já fez “Top Gunâ€, “Um Tira da Pesada 2†e “Amor à Queima Roupaâ€. Mas parece ter esquecido como se conta uma história e estar mais preocupado em como se pisca um videoclipe. Cores distorcidas, cortes rápidos, movimentos de câmera acelerados: o diretor deve sofrer de alguma hiperatividade, criando uma espécie de dislexia imagética que pouco contribui para o que é narrado. A boa notÃcia é que dessa vez ele está mais comedido, conseguindo criar um clima tenso na primeira metade do filme e usando com parcimônia planos bem fechados para passar a claustrofobia da situação.
E é isso. Um bom ator que insiste em papéis repetidos. Um astro que anda meio perdido. E um diretor que nunca primou pela excelência artÃstica. “O Sequestro do Metrô 1 2 3†saiu exatamente o que prometia a encomenda.
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Eles são os caras maus. E ficam no escuro.
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