Cinema é a nova TV
27.07.10
por Carlos Andrei Siquara
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O bem amado
(Brasil)
Dir.: Guel Arraes
Elenco: Marco Nanini, José Wilker, Caio Blat, Maria Flor, Matheus Nachtergaele, Zezé Polessa, Drica Moraes, Andréa Beltrão
Princípio Ativo: Guel Arraes
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Quem viveu durante a década de 70, não é o meu caso, provavelmente se lembra da primeira telenovela em cores da Globo adaptada do texto de Dias Gomes. Assim como ela, o filme homônimo de Guel Arraes é o retrato de algumas caracterÃsticas próprias da polÃtica brasileira: governantes de caráter duvidoso, cujas atitudes são marcadas pelo oportunismo, demagogia e hipocrisia.
No centro da trama, o memorável prefeito da fictÃcia Sucupira, Odorico Paraguaçu, interpretado aqui por Marco Nanini. Sua capacidade de criar as mais baixas artimanhas para convencer a população de que é o melhor prefeito da cidade só é igualada por seu carisma. Eleito após o assassinato do ex-prefeito, Odorico decide que sua grande contribuição para Sucupira será um novo cemitério. Isso se seu oponente polÃtico, Vladimir de Castro (Tonico Pereira), permitir.
Some aà as irmãs Cajazeiras, três solteironas vividas por Andréa Beltrão, Drica Moraes e Zezé Polessa que disputam a atenção do prefeito, desejando que um dia ele se case com uma delas. E o romance jovem proibido entre a filha de Odorico, Violeta (Maria Flor), e o jornalista Neco (Caio Blat).
O filme repete a receita de “Auto da Compadecida†e “Lisbela e o prisioneiroâ€. O caráter televisivo, assim como os atores conhecidos da Globo, bate o cartão. Vale destacar o trabalho de Marco Nanini, que incorpora muito bem os trejeitos e o vocabulário extremamente particular de Odorico Paraguaçu.
Sem contar que a obra de Dias Gomes é ainda infelizmente atual. Mas, apesar de ser impossÃvel negar que Arraes comente sobre a realidade brasileira com seu olhar sobre a (in)constância corrupta de Sucupira, o diretor dá mais atenção à comédia escrachada. Um retrato divertido, ainda que um tanto diluÃdo.
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Tipo concurso “Miss Cômica da Globoâ€.
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