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Pop punk rock indie electronica core hein?

05.05.06

por Luciana Dias

Panic! At the disco - A fever you can't sweat out

(Warner, 2006)

Top 3: "Camisado", "There's A Good Reason...", "Build God, Then We'll Talk".

Princípio Ativo:
Pretensão

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No fim de 2004, os garotos do Panic! At the Disco gravaram duas canções e enviaram ao baixista do Fall Out Boy, Pete Wentz, através do seu blog. O rapaz ouviu, gostou, e isso resultou em um contrato do Panic! com o selo de Pete, Decaydance, sem que os meninos tivessem feito um show na vida. Dessa falta da experiência saiu A Fever You Can't Sweat Out, disco de estréia do P!ATD. Que tipo de música eles fazem? Segundo os membros da banda, é "pop punk rock indie electronica core". Ficou claro pra você? Então vou tentar explicar melhor.

"The Only Difference Between Martyrdom and Suicide is Press Coverage" começa lembrando 311, mas depois entra o sintentizador e uma bateria programada e você se lembra do último disco da Cher e sente saudade dos primeiros 30 segundos em que você achou que parecia 311.

Em "London Beckoned Songs About Money Written By Machines" eles dizem que a previsão do tempo para o dia é levemente sarcástica com uma boa chance de indiferença e desinteresse sobre o que a crítica tem a dizer. Acho que já deu pra perceber que 'concisão' não é a deles. E fazer pirraça com críticos quando você está lançando seu primeiro disco e assinou contrato sem ter feito um show sequer, na minha terra, se chama colocar o carro na frente dos bois.

"Nails For Breakfast, Tacks For Snacks" abusa do efeitinho vocal da Cher. E também da bateria programada, e dos sintetizadores, e é a pior música do disco. "Camisado", a música que o guitarrista Ryan Ross escreveu sobre os problemas de alcoolismo do pai, tem refrão grudento e a letra é até legal.

Na 8ª faixa rola uma "Intermission", tipo uma vinheta. Uma música instrumental aborrecida começa, depois entra um pianinho esperto estilo musical da Broadway, ou "Vaudeville" segundo o Panic!. Só que isso tudo demora quase 3 minutos, vai ver por isso eles não chamaram a intromissão de vinheta, e é tempo suficiente para irritar qualquer um. Essa faixa é apenas um anúncio para uma segunda parte repleta de trompetes, acordeões, violinos, o tipo de maluquice auto-indulgente que não fica bem pra quatro moleques saindo da adolescência.

"Build God, Then We'll Talk" é bem teatral e faz pensar no Queens, uma das inspirações confessas do grupo. É toda acompanhada por acordeão, e tem um baixo legal. Em "There's A Good Reason These Tables Are Numbered Honey, You Just Haven't Thought Of It Yet" trompetes e violoncelos acompanham a letra irônica de Ross, e você termina o disco com vontade de mandar um e-mail perguntando pro vocalista e guitarrista Brendo Urie como ele conseguiu cantar aqueles versos enormes e respirar ao mesmo tempo.

Um deles é mórmon, adivinha qual

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