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Aquele em que Scrubs encontra The O.C

14.05.07

por Mariana Marques

Um Beijo a Mais

(The Last Kiss, EUA, 2006)

Direção: Tony Goldwyn
Elenco: Zach Braff, Jacinda Barret, Rachel Bilson, Casey Affleck, Blythe Danner, Tom Wilkinson, Cindy Sampson, Eric Christian Olsen

Princípio Ativo:
um casal mais velho

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O Zach Braff, aquele de Scrubs, queria muito – muito mesmo – dar uns amassos na Summer do seriado The O.C. Deve ser o único motivo, errr, plausível para ele ter aceitado embarcar nessa refilmagem do italiano “O Último beijoâ€, de 2001.

É que em 2006 ele assinou o roteiro, dirigiu e protagonizou “Hora de Voltarâ€, um daqueles filmes que você começa a assistir na tv por acaso e não quer parar. Braff soube falar de amizades e amadurecimento sem soar clichê. E o rapaz tem bom gosto, ele curte The Shins, sabe. Então, repito, ele só podia estar com muita vontade de pegar a Summer do O.C.

Em “Um beijo a maisâ€, Braff é Michael, arquiteto de 29 anos, os últimos três passados ao lado da namorada Jenna (Barret). O casal está grávido e, como pais de primeira viagem – gravidez não-planejada –, estão assustados com o futuro. Michael narra seus dilemas diante da crise com a chegada dos 30. Para agravar a situação, aparece Kim (Bilson), jovem flautista que se interessa pelo arquiteto e parece disposta a conquistá-lo.

E até aí tudo bem. Quando Michael diz a Kim que está em crise porque “não há mais surpresas, tudo parece planejado†em sua vida, a impressão é de que o filme vai tratar com sensibilidade de um problema de fácil identificação. Mas justamente no desenvolvimento da crise de Michael, e nos relacionamentos também fracassados de seus amigos, tudo desanda com louvor.

Quem chamou o Casey Affleck? Seu Chris, amigo de Michael, dói de tão ruim. Depois você se dá conta do sobrenome, Affleck, e quase o perdoa – a genética explica. Fora Blythe Danner e Tom Wilkinson, os pais de Jenna, nenhuma atuação é digna de elogios. Nem acho que deve ser incompetência dos atores: Rachel Blison só precisa repetir o papel de mais de três anos na televisão.

Mas talvez o mais irritante é o comportamento feminino. Lisa (Lee Smith), mulher de Chris, parece descontrolada. Jenna procura conselhos em revistas femininas. Danielle (Sampson), antes cool e moderninha porque gostava de sexo sem compromisso com Kenny (Olsen), resolve de virada apresentá-lo aos seus pais. A única lúcida parece ser Anna, mãe de Jenna. Após 30 anos de casamento, ela resolve acertar os ponteiros com o marido.

E é dele, aliás, talvez a maior (única?) lição (lição?) que o filme entrega. É quando diz a Michael que “o que realmente importa é o que você faz para as pessoas que amaâ€. E, se você não precisa assistir a “Um beijo a mais†para saber disso, vá ver o episódio “Aquele em que todos fazem 30â€, de Friends. Pelo menos você irá se divertir.

Casey Affleck tenta multiplicar 43973 x 9042

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