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With a little help from his friend

25.07.07

por Leonardo Rodrigues

Marilyn Manson - Eat Me, Drink Me

(Universal, 2007)

Top 3: “Are You the Rabbit?â€, â€Heart-Shaped Glasses (When the Heart Guides the Hand)â€, “Mutilation is the Most Sincereâ€

Princípio Ativo:
De criatura para fã

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Quando Brian Warner, vulgo Marilyn Manson, surgiu no showbiz apadrinhado por Trent Reznor, surgiram também alguns pontos de interrogação. Entre eles, se teria mesmo retirado costelas para facilitar a auto-felação, se ele seria ou não a reencarnação definitiva do “coisa ruimâ€, o Paul dos “Anos Incríveis†ou só mais um maluco vestido de palhaço. Manson, jornalista frustrado, mostrou que nunca esqueceu de uma importante lição da faculdade: o que faz a notícia. Amparou-se em uma competente estratégia de marketing e montou o próprio circo de horrores, só como pretexto para ligar a metralhadora giratória contra os lugares comuns da sociedade.

A despeito de toda a presepada, desde a estréia em disco em 1994, ele sempre soube muito bem o que queria, além de cercar-se de músicos competentes. Em Eat Me, Drink Me, que marca o fim de um jejum de quatro anos, a história pouco foge à regra. Ao menos por um detalhe numérico. Composto em 2006, segundo o próprio em um ano de total inferno astral, o disco foi todo tocado e produzido por Marilyn e o sueco Tim Sköld – membro honorário da banda já há meia década. Um pouco menos pesado e sujo do que o usual, o tom são climas rasgados por efeitos eletrônicos ponderados, o que resulta em faixas homogêneas. Maçaroca muito bem feita, mas que precisa de uma dose extra de esforço para ser ouvida na íntegra.

Aquela figura vociferadora, alardeada como a última grande ameaça à famíla americana, passa longe de músicas como “They Said That Hell's Not Hot†e “Just a Car Crash Awayâ€. Para quem espera um arroubo de metal industrial, não custa aguardar o novo álbum do Ministry. As letras são de um niilismo próprio a quem já se proclamou anticristo, mas nada que dê muitas pistas sobre o momento introspectivo em que foram compostas. Na média, para bem ou para mal, é um álbum mais melódico do que soturno. Isso, claro, dentro dos padrões de melodia da peça. Ele já teve mais o que dizer.

Bons momentos existem aqui e ali, hipocrisia ignorar a pegada de “Mutilation is the Most Sincere" e a cadência marcial de “Heart-Shaped Glasses (When the Heart Guides the Hand)â€, que conta com os melhores arranjos de Sköld. Ou “Are You the Rabbit?â€, com o tradicional espectro do estilo Manson. Mas no final das contas, transparece a falta de algo da verve que inunda “Antichrist Superstar†e “Holy Wood (In the Shadow of the Valley of Death)â€. Agora, quase que para bater cartão, a velha e boa polêmica, ainda que esta não seja lá tão boa assim: seriam reais as cenas tórridas protagonizadas com a namorada (a atriz e ninfa Evan Rachel Wood) no clipe de “Heart Shaped Glassesâ€? A essa altura é o que parece menos importar.

Tomara que o Kevin tenha feito novos amigos

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