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Em má Companhia

05.08.07

por Igor Costoli

Primo Basílio

(Brasil, 2007)

Dir.: Daniel Filho
Elenco: Débora Falabella, Fábio Assunção, Glória Pires, Reynaldo Gianecchini, Guilherme Fontes, Simone Spoladore

Princípio Ativo:
Queiroz e Pires

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Minha mãe, assim como a sua deve ter feito, sempre me disse pra evitar as más companhias. Aqueles caras que sentavam no fundo da sala, faziam bagunça, não estudavam e ainda atrapalhavam o estudo dos outros. Os conselhos dela foram em vão: EU era uma má companhia. Não estudava e ainda atrapalhava os outros. Não li o Primo Basílio, e impedi que alguns o lessem. Hoje, me arrependo das duas coisas.

No trabalho em grupo proposto por Daniel Filho, não se engane: mesmo que o resultado pareça bom, a maioria esteve mal e vai acabar levando a fama pelo trabalho duro de poucos. O pior deles é, certamente, Assunção. Deram-lhe a parte mais fácil, e ainda assim a fez com preguiça. Basílio precisava apenas de carisma e pose, mas precisava ser convincente. E sua fraqueza ficou ainda mais evidente diante dos colegas. Gianecchini, esforçado, sai-se melhor que o colega no papel de Jorge, o marido dedicado. Certamente, queria ganhar pontos com a esposa.

Falar em Débora Falabella é meio como falar em Natalie Portman aqui no Pílula. Ela é inteligente, primeira aluna da sala, mas é tão descolada que até o povo do fundão a respeita...

Daniel Filho é um caso à parte. Caxias, há muito está se esforçando pra acertar a mão, o que não acontece. Faz uns trabalhos em que muitos o superestimam pelo esforço, mas que no fundo nunca são aquilo tudo. Contra acusações de que seus filmes não são exatamente cinema, esforçou-se mais desta vez, mas ainda sem resultado.

Dentre os amigos que chamou, outra que decepcionou foi Diana Vasconcelos. Em alguns momentos, a edição chama a atenção negativamente. Ainda assim, ela está longe do líder da patota. Na ânsia de mostrar seu papel como diretor, errou a mão em momentos-chave da trama, tudo com o uso inoportuno da trilha sonora de Guto Graça Mello.

Entretanto, Débora não foi sua única boa escolha, nem foi a melhor: Eça de Queiroz e Glória Pires são os que impedem o trabalho de ser considerado imprestável. A história é muito boa, e se há grandes méritos no roteiro, obviamente não se trata da transposição de Portugal para o Brasil e de pequenas adaptações, mas da visível força que vem do original. Da parte de Glória, a empregada Juliana dá início ao inferno de Luísa ao roubar as cartas trocadas com seu primo e amante. Enquanto isso, a atriz rouba a cena na hora da apresentação, ajudando na impressão de que é um bom filme.

De minha parte, vejo que se tivesse lido o original certamente não teria sido tão brando nas críticas. E, claro, choveriam mais bolinhas de papel na cabeça do diretor.

Estarei sempre ao teu lado... nas provas de Física...

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