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War for Territory

17.03.08

por Igor Costoli

O Olho do Mal

(The Eye, EUA, 2008)

Dir.: David Moreau e Xavier Palud
Elenco: Jessica Alba, Alessandro Nivola, Parker Posey, Rade Serbedzija, Fernanda Romero

Princípio Ativo:
A Herança

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O Olho do Mal é um jogo em que cada um retirou uma carta com a sua missão. Mas, missões cumpridas depois, e não dá pra dizer se era bem isso que eles tinham em mente.

Conquistar o maior número de territórios
A falta de boas idéias em Hollywood (há anos) pode ser mais bem vista no cinema de terror. Incapazes de criar, os produtores têm ido beber em fontes orientais. Este filme é uma refilmagem de The Eye – A Herança (no original, Gin Gwai), uma elogiada produção chinesa de 2002.

Na história, Sydney Wells (Alba) é uma violinista cega desde um acidente na infância, e que se submete a um bem sucedido transplante de córnea. Entretanto, durante sua adaptação ela passa a ter visões perturbadoras de espíritos e tragédias, sendo capaz de perceber quando a morte se aproxima das pessoas.

Ocupar a tela grande
Há pelo menos uma grande cena neste filme, que trabalha com o fato de que Sydney não se conhece. Só agora, quando começa a enxergar, é que pode finalmente se dar conta de como é fisicamente, o que rende uma boa seqüência. Outro mérito está na fotografia, especialmente dos corredores do prédio ou do hospital, que aumentam a sensação de desamparo da personagem.

Torturar o espectador na cadeira
O filme é capaz de criar tensões e aplicar sustos, mas este ainda é um mérito muito frágil porque, a exemplo de outras refilmagens, ele só dispõe de uma maneira de fazer isso. E é esse uso indiscriminado do “silêncio, movimento de câmera, vulto e sobe-som†que chama a atenção para a incapacidade dos diretores em aproveitar a tensão própria da história em benefício da narrativa.

Destruir o exército amarelo
A história trabalha com o conceito de memória celular, fenômeno em que receptores de órgãos passam a apresentar características dos doadores. Mas o que era mistério no original chinês aqui é entregue de imediato, desperdiçando uma reviravolta na trama. E mais: a antiga dona das córneas cometeu suicídio. Não é preciso assistir a House Md. ou Grey’s Anatomy pra saber que jamais poderia ser doadora.

Moreau e Palud também não conseguem transformar o drama de Sydney em dúvida para o espectador, além de complicarem a trama com um ato final implausível e mais adequado a um longa-metragem de ação.

Impulsionar carreira no cinema
Jessica Alba não é exatamente uma estreante, nem precisaria de um filme apenas como veículo de sua presença em tela. Entretanto, mal dirigida, não convence como mulher cega, nem como mulher perturbada, sendo curiosamente mais crível como violinista. Mas, claro, continua muito bonita...

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