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Juno aos 30

15.07.08

por Taís Oliveira

Bella

(México/EUA)

Dir: Alejandro Gómez Monteverde
Elenco: Eduardo Verastegui, Tammy Blanchard, Sophie Nyweide, Ramon Rodriguez, Manny Perez

Princípio Ativo:
delicadeza

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O mar. Metáfora para a inconstância da vida. A primeira imagem do filme Bella já conta, como um sussurro, o que está por vir.

Um dia. Em um dia você pode ser rico. Em um dia você pode ter um filho. Em um dia você pode ser preso. Um dia pode mudar todos os outros dias da sua vida.

Acidente. É impossível controlar tudo, por mais que tentemos. Nossa vida é determinada não só por nossos planos, mas também pelos acidentes.

“Bella†é um filme que retrata três dias. Em um deles José (Eduardo Verastegui) é um jogador de futebol a caminho de assinar um contrato milionário. No outro, ele é um chef de cozinha do restaurante do irmão, que resolve cabular o serviço para acompanhar sua colega de trabalho, Nina (Tammy Blanchard), que acaba de ser despedida e de descobrir que está grávida. O terceiro dia é o que inicia e termina o filme.

É difícil fazer um texto com princípio, meio e fim marcados, porque não é assim que “Bella†se apresenta. A trama, assim como a vida, não começa no início do filme e não termina quando os créditos rolam na tela. Não há uma sinopse clara. E por isso mesmo não precisa ser contada cronologicamente, nem de maneira óbvia; mas sim levando o espectador a descobrir os fragmentos que compõem aquelas vidas.

Em sua estréia, o diretor Alejandro Gómez Monteverde, que também escreveu o roteiro ao lado de Patrick Million, conduz a história de José e Nina com muita delicadeza. Não foi preciso forçar um romance, nem (de)limitar o relacionamento dos dois como namoro ou amizade. E é também sem cair no piegas que o filme mostra a importância da amizade e da família nos momentos difíceis da vida. Todas essas virtudes deram ao filme o prêmio de melhor filme, segundo o público, no Festival de Toronto de 2006.

Mais uma vez o cinema mostra que a gravidez não está tão ligada à maternidade quanto pensávamos. E mais uma vez, com uma trilha sonora bela e coerente. “Bella†não chega a ser sensacional, mas emociona. E dá mais motivos para acreditar nos diretores latinos - especialmente aqueles chamados Alejandro.

Mais pílulas:
- Alejandro mexicano: Babel
- Alejandro espanhol: Mar adentro
- - Alejandro argentino: A casa do lago
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Latinos sabem sofrer como ninguém. Mexicanos, então...

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