O mau, o mau e o feio

19.09.08

por Cedê Silva

Missão Babilônia (Babylon A.D., EUA/França, 2008) Dir.: Mathieu Kassovitz Elenco: Vin Diesel, Michelle Yeoh, Mélanie Thierry, Lambert Wilson, Mark Strong Princípio Ativo: o terror, o terror

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THE BAD - “Estou muito infeliz com o filme�, declarou o diretor Mathieu Kassovitz ao SciFi Scanner. “Não tive a chance de fazer uma única cena do jeito que foi escrita, ou como eu queria. O roteiro não foi respeitado. Maus produtores, maus parceiros, foi uma experiência terrível�.

Sincero ou não – não podemos saber o quanto Kassovitz realmente se esforçou no combate contra a Fox – o desabafo serve para uma coisa: fazer qualquer um que sequer cogite ver “Missão Babilônia� pensar duas vezes. Se nem o diretor está satisfeito com o resultado, porque você deveria ver?

No ano 2019, o mercenário Toorop (Diesel) é encarregado de levar a garota Aurora (Mélanie Thierry) de um convento na Mongólia (que é inexplicavelmente movido para o Cazaquistão no meio do filme) para Nova Iorque. A perigosa jornada envolve uma caminhada no Estreito de Bering, donde pegarão um submarino clandestino para chegar ao Alasca. Mas tudo bem, porque contam com a ajuda da freira Rebeka (Michelle Yeoh, novamente desperdiçada).

A cena no inóspito e gelado Estreito inclui a referência obrigatória ao “aquecimento global� – sendo que o Estreito do filme parece bem maior e mais seguro que o dos dias de hoje...

THE BAD [2] - O longa traz o brutamontes Vin Diesel em sua pior forma. Com o mercenário frio e antipático, o filme comete o erro de ter um protagonista desagradável, que em nenhum momento se redime. Personagens frios e violentos assim podem perfeitamente conquistar a simpatia da platéia (Wolverine, Hannibal e até o Hitman), mas este não é o caso. Há inclusive uma cena completamente gratuita e descabida, que Diesel parece ter escrito para si mesmo, em que a mocinha Aurora se encanta pelo físico sarado do projeto de Schwarzenegger.

O enredo, baseado no livro Babylon Babies (2005), desenrola-se como um videogame ruim. Há uma seita apocalíptica, uma tele-tela igual às de “1984� e implantes cibernéticos. Tudo fora de lugar. Na luta dentro de uma enorme boate, mais parece que assistimos a uma demonstração de parkour (e de fato, uma equipe de parkour foi contratada pro filme).

THE UGLY - No pressbook, Kassovitz conta que “não queria fazer um filme de CGI; queria fazer um filme que cheirasse a sangue, sujeira e suor�. Conseguiu, sr. Kassovitz, fazer um filme que cheira muito mal.

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