Lanterna Verde


Nossa avaliação

[xrr rating=2/5]

O início de “Lanterna Verde”, com a apresentação de Hal Jordan como um irresponsável e mulherengo piloto, é tão ruim que você tem a certeza de que o filme só pode melhorar depois que ele encontra o poderoso anel que o transformará em um super-herói.  Pena que isso não acontece.

Lanterna Verde foi criado para os quadrinhos nos anos 40 por Martin Nodell e Bill Finger. Hal Jordan, a versão do herói no filme, só foi aparecer nos anos 60, em uma tentativa de reformulação do personagem. Pensado a partir de seus poderes (um anel energético que cria qualquer coisa imaginada), Jordan sempre sofreu pela falta de personalidade nos quadrinhos, e este problema continua no cinema.

Nunca se compreende as motivações do personagem, que é escolhido por ser corajoso, mas parece demonstrar ter medo de tudo. Ryan Reynolds não ajuda. O ator não possui o talento de um Christian Bale e nem o carisma de um Hugh Jackman. Lidando com um personagem que não é desenvolvido para além das ações físicas, o resultado é um protagonista com o qual ninguém se importa.

O roteiro faz um uso preguiçoso dos poderes do Lanterna Verde, apelando por resoluções muitas vezes ridículas que geram um efeito cômico em momentos sérios. O diretor Martin Campbell parece se perder em meio à mitologia dos Guardiães, os Lanternas e Oa. É tudo jogado sem cuidado, um excesso de informação que não leva a lugar algum, mais confundindo do que explicando.

Mas se a história do piloto que encontra um alienígena que o presenteia com um anel superpoderoso não cria identificação com o público, pelo menos a ação empolga? Infelizmente não. A ação é sonolenta exatamente porque não nos importamos com nenhum dos personagens, e assim, não faz diferença o que acontece na tela. Os efeitos especiais são eficientes, especialmente no momento em que Hal Jordan é transportado para Oa, o quartel-general da Tropa dos Lanternas Verdes. Neste momento o filme consegue mostrar toda a variedade de espécies que, assim como Jordan, funcionam como sentinelas da galáxia, cada um responsável por um setor do espaço.

Mas é só. Com vilões que nunca representam uma verdadeira ameaça (o cabeçudo Dr. Hammond parece uma criança querendo atenção do pai, enquanto o Parallax rastafári lembra algum brinquedo da Casa do Terror), “Lanterna Verde” tem um vislumbre do que poderia ter sido nas cenas com Sinestro. Interpretado por Mark Strong, o dúbio Lanterna possui os melhores momentos do filme, apesar de aparecer tão pouco. É nessas cenas que a sombria abordagem que deveria ter sido abraçada desde o início aparece.

O Lanterna Verde é um personagem que luta o tempo inteiro contra o medo, usando sua imaginação e força de vontade para suplantar os maiores terrores da mente. Isso não aparece no filme, e o clima “divertido” pelo qual os produtores optaram tampouco funciona. Falha como ação, romance, adaptação para os fãs de quadrinhos e também para quem nunca ouviu falar do personagem. Durante os créditos há uma importante cena dando a dica de como será (seria?) a sequência. Se ela realmente vier, que respeite mais o lado sombrio da alma humana. Mas desde já, tenho medo dessa continuação. Muito medo.


Uma resposta para “Lanterna Verde”

  1. […] como base para o filme abusar da metalinguagem com muito bom humor. Ryan Reynolds se redime de “Lanterna Verde”, “Blade 3”, “Wolverine” e todas aquelas suas comédias românticas (acredite, há […]

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