Era um escocês sem muito pra
fazer...
“O que me atraiu nos meus últimos filmes foi a oferta de emprego. Eu reconheço a qualidade deles, mas se fossem um monte de lixo, eu teria feito do mesmo jeito porque eu preciso de trabalhoâ€. É o que James Andrew McAvoy tem a dizer sobre a série de longas que o levaram de escocês branquelo a astro em ascendência respeitado em Hollywood.
McAvoy, nascido em Scotstoun em 21 de abril de 1979, nunca sonhou em ser ator. Tudo começou quando o ator e diretor David Hayman fez uma palestra em seu colégio. Ao invés de tirar sarro da “viadagem†como seus colegas, ele foi falar com o palestrante e acabou conseguindo um pequeno papel no seu próximo filme, o thriller “The near roomâ€.
A experiência lhe deu coragem para dispensar a chance de estudar Ciências Sociais na Universidade de Glasgow e se candidatar ao Royal Scottish Academy of Music and Drama. Sem grandes pretensões, o escocês disse que, se não tivesse sido aceito, nunca mais teria pensado em ser ator. Mas ele foi.
James queria um trabalho que lhe permitisse viajar o mundo. Aluno de colégio católico, cogitou ser padre e missionário. Do outro lado do espectro, aprendeu guitarra, baixo e bateria – e fez parte da banda Shooglenifty nos tempos de escola.
A ânsia por fugir é compreensÃvel. Sua infância não foi das mais fáceis: McAvoy é filho de um construtor e uma enfermeira psiquiátrica que se separaram quando ele tinha sete anos. Junto com a irmã Joy, foi morar com os avós em Glasgow. Seu pai só tentaria se reaproximar, frustradamente, quando o filho foi indicado ao Bafta em 2006, por
“O último rei da Escóciaâ€.
Durante e depois da Royal Academy, James participou de várias peças de teatro e séries de TV britânicas. Ao se formar, em 2002, partiu para Londres, onde a visibilidade do trabalho lhe conseguiu um papel nas séries “Band of Brothersâ€, de
Steven Spielberg; e “Filhos de Dunaâ€, que ele protagonizou.
McAvoy ainda atuaria na comédia romântica “Wimbledon†e na série britânica “Shamelessâ€, em que conheceu a esposa e também atriz Anne-Marie Duff. Mas nenhum desses trabalhos lhe convencia de que ele era um ator acima da média. Foi só o fauno Tumnus do primeiro
“As crônicas de Nárniaâ€, seguido pelos protagonistas de “O último rei da Escócia†e
“Desejo e reparação†– que lhe renderam indicações ao Bafta e o cogitaram para o Oscar – que dobraram sua teimosia inglesa.
“O procurado†veio confirmar que ele não só é um bom ator, como também pode ser um astro nas bilheterias. É, meu caro McAvoy, admita: você nasceu para o negócio – e o rosto de bom rapaz e os olhos ridiculamente azuis não vão exatamente atrapalhar.
...resolvi virar astro de Hollywood.