I want you. Or he wants
me?
Quando Danny Boyle colocou as mãos na estatueta de melhor diretor na cerimônia do Oscar em que seu filme
“Quem que ser um milionário?†faturou outros sete prêmios, incluindo o de melhor filme, Hollywood olhou novamente para este inglês de carreira eclética e se perguntou se desta vez ele cederia às tentações da indústria americana. Para adivinhar o futuro, voltemos ao passado.
Boyle nasceu em 20 de outubro de 1956 em Manchester. Seus pais, operários irlandeses católicos, incentivaram sua imaginação, que ele alimentava assistindo a filmes. Aos 13 anos, queria ser padre, mas aos 18 a direção já havia afastado a ideia. Abandonou a Universidade do PaÃs de Gales antes de colar grau e ingressou na Companhia de Teatro Joint Stock, conhecida na Grã-Bretanha pela controvérsia e vanguarda.
Em 1985, Boyle já era vice-diretor do Royal Court Theatre em Londres, de onde saiu em 87 para dirigir filmes na televisão. Com financiamento do Channel 4 e do Glasgow Film Fund, lançou seu primeiro longa em 1994. “Cova Rasa†apresentou ao mundo o jovem
Ewan McGregor, com quem o diretor voltaria a trabalhar em “Trainspotting", olhar sobre o submundo das drogas em uma Edimburgo economicamente em crise, dois anos mais tarde. A câmera cinética e hiperativa definiu um estilo e o filme se tornou sucesso de crÃtica e Ãcone cult. Indicado ao Oscar de roteiro adaptado, “Trainspotting†colocou Boyle pela primeira vez na mira de Hollywood.
O inglês recusou várias ofertas, inclusive a de dirigir um capÃtulo da série “Alienâ€, e se reuniu novamente com McGregor na comédia “Por uma vida menos ordináriaâ€. Em 2000, cedendo à s pressões, dirigiu “A Praia†com o então queridinho
Leonardo DiCaprio, resultando num fracasso de crÃtica e público. Boyle voltou à s origens com o terror “ExtermÃnioâ€, apresentando desta vez o jovem Cillian Murphy. Experimentou ainda outros gêneros como a aventura infantil no divertido e encantador “Caiu do Céuâ€, de 2004, e a ficção cientÃfica em
“Sunshine – Alerta Solarâ€.
Em 2008, filmou uma história de amor na Ãndia com dinheiro inglês e equipe dos dois paÃses, mas agradou em cheio os norte-americanos. Foram mais de 60 prêmios e outras 28 indicações para a reunião do cinema de autor com Bollywood, temperada com uma boa dose de esperança. E esperança é bem o que os EUA têm procurado - que o diga Barack Obama. Seria essa a deixa para Danny Boyle entrar de vez no mercado do Tio Sam? Se a condição for abandonar o cinema livre e criativo em que vem trabalhando, torcemos para que sua resposta seja um sonoro não.
O operário-padrão (do mês).