Primos pobres e felizes
Os shows de abertura do Mudhoney para o
Pearl Jam no Brasil são um reencontro do primo rico e o primo pobre. A história é a seguinte: o Green River era uma banda de relativa popularidade em Seattle nos anos 80, mas acabou em 1987 depois a discussões sobre contratos. O baixista Jeff Ament e o guitarrista Stone Gossard saÃram para formar o Mother Love Bone, que com a mudança do vocalista passaria a ser o Pearl Jam. O outro guitarrista, Steve Turner e o vocalista Mark Arm, formaram junto com o baixista Matt Lukin e o baterista Dan Peters o Mudhoney.
O Pearl Jam se tornou uma das bandas mais reconhecidas de sua geração, queridinhos das rádios, enquanto o Mudhoney nunca deixou de ser um “outsiderâ€, com respeito e reconhecimento, mas sem ganhar as massas.
Mas não pense: “Tadinho do Mark Arm, podia ter ficado famoso...â€. No inÃcio dos anos 80 ele se orgulhava de fazer parte de um grupo que ostentava o tÃtulo de “pior banda do mundoâ€, o Mr. Epp and the Calculations. O sujeito sempre pareceu mais interessado em se divertir e fazer rock básico e potente do que em colher os louros da fama.
Já em 1988 eles lançariam pelo clássico selo Sub Pop o também clássico single de “Touch me I’m Sickâ€, um marco do “movimento†grunge. Aparecendo sempre junto com as bandas que despontavam na época, como o
Sonic Youth, o Nirvana ou o próprio Pearl Jam, o Mudhoney acabou não estourando, mas nunca pareceram desconfortáveis em terem ficado à sombra de seus colegas.
Punk rock, hardcore e rock de garagem são as grandes referências no som do Mudhoney, que mesmo com a saÃda do baixista Matt Lukin (substituÃdo por Guy Maddison em 1998), nunca perdeu a urgência e a energia. E engana-se quem pensa que a banda acabou: está previsto para o ano que vem o lançamento de Under a Billion Suns, novo disco do Mudhoney, pela Sub Pop.
O antigo baixista Lukin. Sabe aquela música do Pearl Jam com o mesmo nome? Sim, é homenagem a ele!