Muita saúde no bolso
Herschel Pinkus Yerucham Krustofski, mais conhecido como “Krusty, the Klownâ€, é o palhaço politicamente incorreto e completamente perdido que toma conta, distrai e “educa†as crianças de Springfield pela TV. Nasceu em Springfield no ano de 1935. Seu pai, o rabino Hyman Krustofski, queria que o filho seguisse sua profissão. Herschel preferiu a carreira de palhaço, seu grande sonho. Renegado pela famÃlia, foi para o Mississipi em busca de oportunidades.
Começou na década de 50, como mÃmico nas ruas da cidade de Tupelo. Conseguiu um lugar num show de variedades na TV, mas foi retirado do ar após dizer “cueca†durante o programa, algo inaceitável na época. Nos anos 60 Krusty virou apresentador, mas “O Show de Krusty†só se transformou em atração infantil por volta da década de 80. Ele então voltou a Springfield para produzir o programa.
Seu show atual é uma combinação entre programa de variedades – facas arremessadas contra assistentes de palco ou os mesmos atirados de um canhão - e desenhos. Já foram exibidos “The Happy Little Elves†(Os Pequenos Elfos Felizes) e “Worker and Parasite†(Trabalhador e Parasita), mas a única animação fixa é “Itchy and Scratchy†(Comichão e Coçadinha) - uma perseguição entre gato e rato com direito a sangue, desmembramentos e todo tipo de explosivos, lembrando um outro desenho famoso.
Como todo bom apresentador infantil, Krusty fez dinheiro associando seu nome e imagem a uma tonelada de produtos que incentivam o consumismo nas crianças. A Krusty Korporation possui uma linha de derivados de porco (a despeito de sua origem judaica); uma rede própria de fast food, o Krusty Burguer; alguns brinquedos que podem pegar fogo rapidamente ou causar alterações nos batimentos cardÃacos; e o espetáculo “Krusty´s Komedy Klassicâ€, ou KKK.
Sua carreira é uma montanha-russa, sempre sustentada com a maquiagem de sorriso no rosto - o que não significa muito. Quando as câmeras são desligadas, o palhaço volta a ser depressivo e desajustado. Gastou grande parte da fortuna com vÃcios e luxos absurdos: jogos, cigarros, bebidas, remédios e a contratação de Kenny G para tocar em seu elevador pessoal.
A inspiração de Matt Groening ao criar o personagem provavelmente passa por Rusty Nails (Rusty the Clown), apresentador-palhaço americano. E também por similares que poderiam bem estar no comando do “Show de Krusty†- do palhaço hamburgueiro Ronald McDonald a (por que não?) o próprio Bozo.
Nos poucos episódios em que aparece sem maquiagem, Krusty revela um rosto idêntico ao de Homer Simpson. Entre o palhaço, que consegue a imensa admiração de Bart, e seu pai, para ele um idiota perdedor, existem mais coisas em comum do que as câmeras da TV deixam transparecer. E, falando em televisão, não é que Krusty seja uma metáfora do sistema televisivo, mas é um pouco da contradição que a TV representa em nossas vidas: um lugar que, embora chapado, preconceituoso, confuso e até meio deprimente, consegue divertir, às vezes encantar e até provocar admiração em quem assiste.
Dinheiro pra dar e vender