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2008: O cinema nacional (na) balança

por Igor Vieira

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O ano nem chegou ao fim e o mercado já começa a contabilizar o que ficou nos cofres das distribuidoras, dividir a safra em sucessos e fracassos de público, fazer rankings com os filmes mais assistidos nos cinemas e se preparar para os lançamentos do ano que está por vir. Durante toda a euforia, é comum querer resumir o ano todo a um só filme ou acontecimento cinematográfico e muitos concordarão que, em 2008, as recordações apontarão para “Batman – O Cavaleiro das Trevasâ€.

Mas e no Brasil? O Pílula Pop convida você a olhar para o ano que passou e fazer um balanço do que os últimos doze meses representaram para o cinema nacional.

O(s) Filme(s) do Ano

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Fotos: Divulgação

Se em 2007, pirataria, tráfico e práticas de tortura renderam mais de R$ 20 milhões em bilheteria a “Tropa de Eliteâ€, 2008 é mais resistente a uma resposta unânime sobre qual produção tupiniquim foi a mais badalada. Poderia ser o polêmico “Ensaio sobre a Cegueiraâ€? Talvez o premiado “Linha de passeâ€? Ou ainda o melodramático “Última Parada 174â€?


Selton, Cléo e o sorriso da vitória.

Independente de opiniões pessoais, os números apontam um líder isolado na arrecadação em ingressos vendidos. Segundo o Filme B, o longínquo “Meu nome não é Johnnyâ€, dirigido por Mauro Lima e lançado em janeiro, é o nacional mais visto do ano. Foram mais de R$ 18 milhões alcançados pela história polêmica do traficante João Estrella, vivido pelo carismático e talentoso Selton Mello.

Uma grande surpresa ficou por conta do modesto “Bezerra de Menezes – O diário de um espíritoâ€, dos diretores Glauber Filho e Joe Pimentel. A produção cearense sobre a vida do médico dos pobres teve uma carreira longa e consistente nas salas do país. Enquanto as outras fitas iam perdendo público em relação às semanas anteriores, como é o costume, “Bezerra de Menezes†foi crescendo com o boca a boca. O fenômeno do espiritismo no Brasil ajudou a colocá-lo na sexta posição do Top 10 Nacional 2008, com uma audiência de quase 400 mil espectadores – dados que ainda podem mudar, já que parte dos filmes mais vistos continua em exibição.

2008 vs. 2007

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Fotos: Divulgação

No ano passado, “A Grande Família – O Filme†prometia ocupar o posto de campeão de bilheteria nacional pelo forte apelo popular e mais de R$ 15 milhões conquistados. Aí veio “Tropa de Elite†e melhorou o que já era bom para o mercado. Os bons resultados dos chamados filmes medianos (aqueles que não ultrapassam a casa do R$ 1 milhão) também contribuíram e 2007 terminou com o pequeno aumento de 3,7% em relação a 2006.


Com mais de 500 mil espectadores, "Era uma vez..." se permite pegar uma prainha...

Infelizmente, neste ano a prata da casa amarga uma queda de público de 19%. Para reverter o quadro, a Ancine e outras redes de exibição promoveram em novembro ofertas em que os últimos lançamentos do mês, como “Romance†e “Orquestra dos meninosâ€, além de outras fitas com bom desempenho nas telas, a exemplo de “Era uma vez...â€, podiam ser conferidos a preços populares. Os resultados indicam que as promoções serviram apenas para prevenir uma queda maior ainda. Sem grandes estréias para o cinema brasileiro, dezembro não deve melhorar os números.

Cinema Brazileiro

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Fotos: Divulgação

Não é de hoje que o material produzido na terrinha vem chamando a atenção do circuito internacional. E com isso, é cada vez mais comum nossos profissionais participarem de produções estrangeiras ou co-produções. Em 2008, não foi diferente. Fernando Meirelles mais uma vez chamou a atenção do mundo, agora com a adaptação do prêmio Nobel da literatura “Ensaio sobre a cegueiraâ€. O filme homônimo teve equipe e elenco internacionais. “Blindnessâ€, como foi chamado lá fora, abriu o Festival de Cannes e dividiu opiniões. Saramago chorou e o público brasileiro parece ter gostado da parábola de uma misteriosa epidemia de cegueira branca. A fita foi a segunda mais vista entre as produções nacionais do ano.


Alice flerta (e conquista) com o cinema internacional...

No elenco, Alice Braga deixou definitivamente de ser conhecida como a sobrinha de Sônia. Em 2008, ela esteve em filmes ao lado de Will Smith (“Eu sou a lendaâ€, lançado nos Estados Unidos em 2007), Harrison Ford (no ainda inédito “Crossing Overâ€) e Rodrigo Santoro (“Cinturão Vermelhoâ€, produção americana de David Mamet). Santoro também galgou mais degraus em sua carreira no exterior. O brasileiro deu vida a Raul Castro, irmão do ditador cubano Fidel Castro, na produção “Che†de Steven Soderbergh, outra presença em Cannes.


Sandra não é mineira, mas comeu quieta. E papou.

Já que o assunto é o festival francês e o cinema brasileiro, “Linha de Passe†saiu com o prêmio de melhor atriz para Sandra Corveloni, no papel de uma mãe solteira de quatro filhos que... sonham. O filme era o favorito para a indicação do país ao Oscar em 2009, mas os diretores Walter Salles e Daniela Thomas alegaram que não teriam agenda para a trabalhosa campanha que uma briga como essa exige. Quem ficou com a indicação foi “Última Parada 174â€, inspirado na vida de Sandro do Nascimento, seqüestrador do Ônibus 174 em um episódio que fez o país inteiro parar à frente da TV. Nossa escolha em 2008, “O ano em que meus pais saíram de fériasâ€, ficou entre os nove finalistas, mas perdeu a vaga na última hora.

Além dessas conquistas, outros cineastas receberam prêmios em festivais na Espanha, Portugal, Argentina, Chile, Suíça e por todo o mundo. E o Festival de Roma ainda homenageou o Brasil com a mostra “Occhio sul Mondo†(Olhar sobre o Mundo).

Em Breve...

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Fotos: Divulgação

Em um ano que o cinema nacional parece ter se dado melhor lá fora do que aqui, o que podemos esperar para 2009? A seguir, listamos os projetos mais aguardados, os que prometem bons resultados para a ‘indústria’ nacional e aqueles que não passarão despercebidos na próxima temporada.

Em janeiro, chega às salas “Se eu fosse você 2â€, de Daniel Filho, uma esperança para começar o ano com saldo positivo embalado pelo sucesso do filme anterior - o nacional mais assistido de 2006. Marcos Prado (produtor de “Tropa de Eliteâ€) deve lançar “Paraísos artificiaisâ€, sobre o envolvimento de jovens da classe média com drogas sintéticas. Já o parceiro José Padilha começa a rodar “Nunca antes na história desse paísâ€, definido por ele como uma versão de seu filme anterior, agora no cenário político.


Tony Ramos e Glória Pires discutem que palhaçadas podem fazer pra salvar a bilheteria do cinema nacional.

Heitor Dhalia apresentará o seu “À derivaâ€, que conta a história de um casal em separação (Débora Bloch e o francês Vincent Cassel) narrada pelo olhar da filha adolescente. Lília Cabral deve dar um tempo das novelas para promover o filme “O divãâ€, baseado no livro de Martha Medeiros e na peça em que atuou por três anos. Selton Mello, que afirmou em recente entrevista ser um ex-ator, ainda aparece em dois filmes na ex-função: a comédia “A Mulher Invisível†e o drama “Brazucaâ€, sobre o assassinato do brasileiro Jean Charles em Londres.

O novo ano tem também o sertanejo “O menino da porteira†(desta vez com o cantor Daniel) e a animação “O grilo Feliz e os insetos gigantesâ€, como opção para as crianças. Agora é esperar e pedir para o Papai Noel um 2009 em que qualidade e arrecadação possam andar juntas.

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