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Abril pra eletrônica – Sexta-feira, 21/04/2006

por Marcela Gonzáles

Fotos: Divulgação

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A princípio, é Abril Pro Rock. Mas a música eletrônica foi ganhando mais espaço no festival antes tido como “exclusivo de rockâ€. No começo era um DJ aqui, uma banda que misturava rock com sons eletrônicos ali. A partir de 2004, a noite de sexta do APR ganhou mais batidas eletrônicas, até que este ano, foi totalmente dedicada aos indie-clubbers. DJs e bandas que priorizam os sons eletrônicos deram as caras na 14ª edição do festival recifense.

A primeira banda da noite foi a ótima Montage, grupo cearense que faz um show performático. O vocalista Daniel Peixoto fez caras e bocas, rolou no palco, simulou cenas de sexo, tirou quase toda a roupa e vez por outra, enfiou a mão no shortinho preto que ostentava sobre uma meia-arrastão, deixando muitos espectadores boquiabertos, outros extasiados e outros tantos achando que o carinha se garante muito na sua verdade. Era praticamente impossível ficar parado e não se entregar à vibe eletrônica dos cearenses, com um som instigante e cheio de plumas e paetês. Um luxo só.

Já a dupla Kook and Roxxy (o Kook é alemão e a Roxxy é pernambucana) não agradou muito aos ouvidos do público. Pelo menos era o que se escutava. O som era o tempo todo bate-estaca com um vocal um pouco mirrado da Roxxy, quase irmã da Kelly Osbourne. Passemos adiante. A próxima atração foram os alemães da Stereo Total. Muito bons. Bastante mistura de sons, músicas dançantes e fofinhas, como um sorvete derretendo numa manhã de sol. Meio Happy Tree Friends. Provocaram arrepios na espinha desta que vos escreve quando executaram “Comme D’habitude†(Versão original francesa de “My Way†de Frank Sinatra). Lindo. Chamaram pessoas da platéia para dançar no palco e fizeram a alegria da molecada.


Stereo Total: meio Happy Tree Friends

Mas a grande atração da noite ainda subiria ao palco: o DJ americano Diplo. Ele é o responsável pelo sucesso da M.I.A e o boom do funk carioca pela Europa e EUA. O cara quase coloca abaixo aquele pavilhão, que se transformou numa pista-de-dança-quase-rave. Tocou clássicos como “Rock The Casbah†do Clash, misturado ao “pump†eletrônico, e não houve um ser parado por ali. Também mandou a boa e velha “Feira de Acariâ€. Muita gente que criticava o som dançou até não poder mais.

Em entrevista ao Pílula, Diplo disse que estava se sentindo muito “recifeish†e que o próximo passo é visitar o Pará, pra conhecer mais de perto o techno-brega e levá-lo pro mundo. Quando questionado sobre a M.I.A, o moço corou mais ainda as bochechas rosadas e disse que a amada está em Trinidad & Tobago gravando seu novo disco, e que iria encontrá-la semana seguinte pra apresentar mais uma novidade musical brasileira pra ela. É o techno-brega bombando para os gringos.


Igor Cavaleira e João Gordo tocando "um monte de bagulho velho"

Depois do Diplo, só os mais fortes sobreviveram. Mesmo cansado, o povo ainda dançou ao som do Bloco Mega Hits, projeto do pernambucano DJ Dolores. E depois foi a vez dos DJs João Gordo e Igor Cavalera encerrarem a noite com um set de músicas boas pra caramba, como “You Really Got Me†do Kinks e otras cositas más. João Gordo definiu seu repertório para o Pílula como “um monte de bagulho velho pra quem estivesse acordado dançar mesmoâ€, e contou que logo sai o disco novo da sua banda, a Ratos de Porão.

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