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Abril pro alternativo – Domingo, 23/04/2006

por Marcela Gonzáles

Fotos: Divulgação

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O domingo foi dia mais esperado do Abril Pro Rock 2006 para a maioria dos recifenses. Muita coisa boa rolou para fechar bem a última edição antes dos quinze anos de APR, que promete abalar todas as estruturas de Recife e Olinda com surpresinhas marotas.

A primeira banda a subir no palco 2 foi a Iupi. Pop até dizer chega, não empolgou muito, até porque nem todo mundo tinha chegado no Centro de Convenções ainda. Mesmo assim, houve a preocupação de chegar cedo, pois a segunda atração da noite (e primeira a subir no palco principal) era a nova queridinha dos “indie-mombojósâ€, a Cidadão Instigado. Pela segunda vez no festival, a banda cearense realmente instigou a galera e colocou todo mundo para dançar com suas melodias bacanudas e fez cair lagriminhas com o hit “Te Encontra Logoâ€, entre outras.

Fernando Catatau, vocalista da Cidadão Instigado, falou ao Pilula que mesmo ligado a alguns problemas que deixou no Sudeste, achou que a apresentação foi bacana e que ainda não tem planos pra tocar pelo Nordeste pra divulgar o novo disco. A próxima banda a subir ao palco 2 foi a pernambucana Carfax, que merecia ter sido escalada pra noite do metal. Muito, muito barulho pra uma noite mais calminha. Ouvia-se até a galera perguntar se Carfax não tinha sido no sábado.


Fernando Catatau, aka Cidadão Instigado (Foto: Alisson Loudback)

A vocalista da nova sensação francesa Nouvelle Vague, a carismática Camille, trouxe a mais pura definição do experimentalismo que reina nas noites de domingo do APR. A mocinha é tão fofa que de cara faz lembrar de “O Fabuloso Destino de Amèlie Poulainâ€. Camille utilizava palmas, sopros, pianinhos, batidas no peito, tudo que se podia imaginar pra compor sua música. E assim agradou muito, inclusive chamando os fãs para subirem ao palco e dançarem agarradinhos com ela.

Finalmente numa edição do Abril, a banda pernambucana Parafusa pode esperar bons frutos de sua apresentação curta, mas cheia de vigor. Um dos melhores shows da noite, com muita gente cantando junto, dançando e pedindo bis. A emoção dos meninos da banda estava estampada nos olhinhos que brilhavam, mesmo já sendo uma das bandas mais conhecidas e elogiadas do circuito independente de Recife. O baixista Thiago nos contou que a expectativa da banda era grande: “A gente subiu no palco nervoso. Espero que não tenha dado pra notarâ€. Não, o que deu mesmo foi vontade de dançar.

Tecladista da antiga banda de Roberto Carlos, Lafayette trouxe Nervoso, Érika Martins e Gabriel (do Autoramas), pra acompanhá-lo com os grandes sucessos do rei, no projeto Lafayette e os Tremendões. Show que os pernambucanos já estão bastante acostumados a ver com o China (ex-Sheik Tosado) e os meninos da Mombojó, no Del Rey. Algumas pessoas amaram o show do Lafayette, porque era o cara que realmente toca com o Roberto Carlos, e outras não gostaram porque preferiam o gingado do China, que subiu ao palco pra tocar “Esqueça†com os Tremendões. Outro que subiu ao palco foi Rodrigo Amarante, que se apresentaria um pouco depois com a sua Orquestra Imperial.

Maquinados, projeto paralelo do guitarrista da Nação Zumbi Lúcio Maia, tinha também o Catatau, da Cidadão Instigado, na equipe. O show não empolgou muito, porque muita gente estava na expectativa para a Cachorro Grande, próxima banda a subir ao palco principal. Abriram com “Você Não Sabe o Que Perdeu†e a partir dali já era de se esperar que as próximas horas de fato fossem muito boas. Foi o melhor show da noite. Eles colocaram todo mundo para dançar e ainda fizeram reverência ao público ensandecido, que cantava todas as músicas. “Vai Ter Q Darâ€, “Lunáticoâ€, e tantos outros hits foram lembrados e cantados com fervor pela banda e pelo público. Fecharam com “Sexperienced†e os gritos de “mais um, mais um†ecoaram por muito tempo.

Após o show, numa rápida entrevista para o Pílula, o vocalista Beto Bruno disse que desta vez “rolou uma interação com a galera†que não tinha rolado no outro show que eles fizeram aqui, em 2003. Beto contou que a Cachorro Grande nunca cria expectativas com o público, porque sempre rola uma humildade por parte da banda, mas que “este show foi ducaralhoâ€.

Depois da banda gaúcha, outro gaúcho subiu ao placo: Frank Jorge. Ele tocou com os pernambucanos da Volver. Bruno Souto, vocalista da Volver, disse que o nervosismo da banda tinha diminuído por já terem tocado no APR do ano passado. A maioria das músicas era do Frank Jorge, mas a Volver também mostrou suas canções em um show curto, mas bem bacana. O cantor Nervoso também subiu ao palco para fazer parte da festa. O público dançou aquele rockzinho gostoso que os anos 60 trouxeram pra gente. Em entrevista ao Pílula, Frank Jorge se mostrou satisfeito por “mostrar a cara em um festival tão importante na trajetória de qualquer artistaâ€. Para sermos mais educados que Beto Bruno, este show bom pra caramba.


Nina Becker, da Orquestra Imperial: peraí, ainda não acabou

Fechando o Abril e deixando todo mundo com muito gostinho de quero mais, eis que entra a Orquestra Imperial, meu rei. Pela primeira vez em Recife, a banda tocou para pessoas muito cansadas, mas que mesmo assim dançaram muito. O pessoal da Orquestra não pôde dar entrevista, mas deixou a impressão de que podem voltar sim pra Recife, porque o povo cansa, mas mesmo assim não pára.

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