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por Rodrigo Campanella

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“Sexta é quebraderaâ€, costumava dizer um conhecido. Normalmente a frase era dita entre o cansaço de seis da tarde de sexta-feira e a parada no primeiro boteco da noite, deixando a dúvida se a quebradeira era do fim da semana ou da futura ressaca.

A história do “quebradera†acabou voltando à cabeça enquanto eu ia para o primeiro dia do Festival. Nesse caso, no bom sentido: 7 dias de mostras competitivas, curtas de todas vertentes e intenções tomando a tela e dando seu alô-tchau rapidamente (às vezes, nem tanto...). Isso sem contar que a gente se esfalfa pra conseguir um tempo e poder assistir as mostras especiais, ganhando um carimbo a mais na sorridente carteirinha de cinéfilo.

E chegando ao Palácio das Artes, a casa por excelência do Festival, lá pelo fim da tarde, a fila era grande. “De novoâ€, eu pensei. Mesmo com a pouca divulgação, o primeiro dia sempre conta com filas caprichadas e ingressos faltando. Dessa vez fui eu que tombei do cavalo – a fila era um disputado caminho para uma mostra de Picasso no mesmo andar, em seus últimos dias.


A sala parece pequena na foto.
E é mesmo...

Na verdade, a fila do festival simplesmente atrasou. Logo uma serpente de cabeças com papeletes brancos na mão aguardava na entrada da sala. Lá da frente não deu pra ver se lotou, mas tudo indica que sim. Aposto uns trocados que a maioria de BH ainda não sabe que o festival começou, coisa que o boca-a-boca do fim de semana vai dar conta.

O primeiro programa de 5 filmes da competitiva brasileira não decolou, mas jogou curiosidade para ver os próximos dias. “Historietas Assombradas (para crianças mal criadas)†compensa pelo maravilhoso trabalho de animação, que rende um visual encantador apesar do roteiro capenga. Vale assistir “No Princípio era o Verbo†pelas boas tiradas e por uma estranha ‘ternura de boteco’, que me fez querer ver o filme de novo.

Mas o melhor da noite ficou com “Freqüência Hanóiâ€, de Daniel e Diego Lisboa. Fica a impressão de ver toda a história do Brasil, inclusive a atual, condensada nas palavras de um presidiário. Não se tem a figura dele, só o áudio, e as imagens parecem mostrar exatamente tudo aquilo que ele não pode ter – talvez nunca. Melhor ainda é descobrir, próximo ao final, como foi gravado o depoimento.

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