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#2

por Rodrigo Campanella

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No segundo dia bateu um desânimo, e parar para pensar dois minutos no motivo leva a crer que talvez seja a seleção de curtas da Competitiva Nacional. O que poderia ser engraçado de tão ruim acaba se tornando muito, muito cansativo, e o que trazia muita expectativa (boa) não é tudo aquilo que se tinha pensado. Desde 2003 a seleção do Festival vem caindo bastante. Em parte porque 2003 foi ano excelente, com nível geral difícil de ser alcançado. Mas, por outro lado, talvez seja a própria leva de curtas recebidos para a seleção que esteja cheia de material de mediano para baixo.

Funciona assim: os curtas são enviados pelos diretores/produtores para uma comissão encarregada de escolher aqueles que serão exibidos. Há dois anos, diante de uma seleção bem mais fraca que a do ano anterior, fizemos o teste de assistir a uma parte dos filmes não-selecionados. Talvez fosse o nosso ponteiro e o da comissão de seleção que não estivesse batendo. Aproveitando o recurso da sensacional videoteca do festival, que disponibiliza em vídeo para o público tanto os filmes selecionados quanto os recusados, fomos assistindo a tudo que parecia interessante e não havia entrado na mostra. Era o festival de 2004, e a decepção foi grande. Realmente, a escolha devia ter sido difícil entre tanto material pouco interessante.

Ainda assim, é de se pensar como um filme como “3195 man.canoe.ocean†é impunemente escolhido para ser exibido para o público por infinitos treze minutos. Parece piada de mau-gosto, ou boa proposta executada com grau bizarro de má vontade. Com o intuito de “trabalhar a duração do tempo†ou “trabalhar as imagens por siâ€, o filme entrega um plano seqüência (bem sonorizado, diga-se) de um pescador no meio do mar. Treze minutos. Ok, imagens não precisam ser narrativas – que o diga o belo “Da Janela do Meu Quartoâ€, que essa mesma cobertura elogiou no ano passado. Mas fritar imagens na tela com boas desculpas teóricas não é lá muito louvável.

No mais, “Santa de Casa†de Allan Sieber peca no roteiro, desliza no ritmo, mas tem no visual uma malandragem e uma riqueza-chulé que caem muito bem, obrigado. Quem gosta dos quadrinhos de Sieber vai ficar catando referências pela tela, quem não conhece vai rir um pouco. No mais, “A Lenda de Fundação†vale uma olhadela, por curiosidade, e “Vermelho Rubro do Céu da Boca†é bem-executado, mas sem lá muita emoção no conjunto, mesmo com Paulo César Peréio atuando na medida. Guarde esse nome e faça uma busca no Google e depois no Emule. Os curtas, deixa para depois por enquanto.

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