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Era uma vez…

13.07.10

por Igor Vieira

Shrek para sempre

(Shrek forever after, EUA, 2010)

Dir.: Mike Mitchell
Elenco: Mike Myers, Eddie Murphy, Cameron Diaz, Antonio Banderas, Julie Andrews, Walt Dohrn, Jane Lynch, Craig Robinson, Jon Hamm

Princípio Ativo:
jeito Disney de ser

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…na terra dos grandes estúdios chamada Hollywood, um império de animação que reinava absoluto sobre todos os outros. As crises de criatividade que acometiam o reino de tempos em tempos eram logo superadas pela capacidade do imperador de atrair novos aliados. Foi assim que um pequeno estúdio, especialista em novas técnicas de animação, foi recrutado para conquistar novos territórios nas bilheterias.

Após seis longos anos, essa parceria foi ameaçada por um outro estúdio que ainda engatinhava na técnica em que o imperador e seu aliado se achavam os únicos mestres. Na grande batalha pelas bilheterias, o novo estúdio sagrou-se campeão graças à sua arma secreta: um ogro verde e feio chamado Shrek. Como prova incontestável da vitória, receberam o troféu mais cobiçado na terra dos grandes estúdios: a estatueta dourada de melhor longa de animação.

Seus feitos, reconhecidos por todo o mundo, foram atribuídos à irreverência com que satirizava as histórias adocicadas dos contos de fada, principal arma do imperador. Três anos depois, nova batalha se deu e alçou de uma vez por todas o ogro para o trono de campeão das bilheterias. No entanto, para manter-se no topo, Shrek teve que fazer uso das mesmas armas de seu arqui-inimigo...

E assim, no terceiro grande confronto, a vitória do ogro teve um preço alto: Shrek havia se tornado aquilo que tanto abominava no imperador. Um típico conto de fadas, povoado de personagens fofinhos e perfeitos para brinquedos licenciados e parques temáticos. No quarto embate, que acaba de começar, o grande ogro simula ter se dado conta dos erros cometidos na vez anterior, reclama por ter se tornado atração turística e relembra com nostalgia os tempos em que assustava a todos e satirizava com originalidade as armas do grande Disney.

Mas a oportunidade de abandonar de vez a vida sem graça dos contos de Grimm, e defender seu trono usando a mesma irreverência com que ganhou a primeira batalha, foi desperdiçada. Shrek vai à luta levantando a bandeira de um príncipe que precisa reconquistar o amor de sua amada. Seus aliados, já conhecidos das outras empreitadas, surgem apenas como repaginações de si próprios. A seu favor, o ogro tem um elenco de vozes inspirado, créditos que relembram os capítulos anteriores (truque para emocionar os mais sensíveis) e a preferência das crianças por mais do mesmo.

Com esse ocaso melancólico, chega ao fim a “Era do Ogro†que, independente de como termine a última batalha, será lembrada para sempre na terra dos grandes estúdios como “aquela que um dia foi um sopro de inovação e criatividade...â€


Fim.

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É, Shrek: um dia zoador, no outro, zoado.

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