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Problema de personalidade

08.01.05

por Daniel Oliveira

Elektra

(idem, EUA, 2005)

Direção: Rob Bowman
Elenco:Jennifer Garner, Goran Visnjic, Kirsten Prout, Will Yun Lee, Terence Stamp, Natassia Malthe

Princípio Ativo:
Um rostinho bonito chutando bunda de marmanjo

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Jennifer Garner é uma assassina com crise de consciência, enfrentando criminosos que querem matá-la. Parece, mas não é mais um episódio de “Aliasâ€, série de TV protagonizada pela atriz. Essa é provavelmente a maior falha de “Elektraâ€, longa baseado nos quadrinhos criados por Frank Miller e dirigido por Rob Bowman (Reino de Fogo): falta-lhe personalidade, algo que o destaque em meio à avalanche de adaptações similares que invadiram o cinema nos últimos anos.

É até covardia comparar “Elektra†aos filmes de quadrinhos que temos visto recentemente. Ao contrário de “Homem Aranhaâ€, o longa de Bowman não teve um orçamento exorbitante e teve que se conformar com limitações nos efeitos especiais, nas seqüências de ação e nas locações, que caracterizam esses filmes. Não que isso seja desculpa - criatividade independe de grana e, mesmo pouco em termos de Hollywood, a verba é maior que a de todos os filmes brasileiros do ano passado juntos.

Ele peca pelo roteiro fraco, que insiste no trauma da protagonista, que presenciou o assassinato da mãe quando criança. No entanto, ao invés de se aprofundar na transformação de Elektra – que passa de assassina a heroína – o filme perde o foco e passa a se preocupar com a trama da família que a personagem hesita em matar. O segredo do sucesso do Homem Aranha e dos X-Men são personagens bem definidos e críveis, mesmo com seus super poderes. Sem isso, a estória e os poderes da heroína passam a parecer bobos para quem nunca ouviu falar dela. Elektra não é das figuras mais conhecidas do público e o filme falha na sua apresentação superficial, confiando no reconhecimento da personagem de “Demolidorâ€, ao qual o roteiro não se filia totalmente.

Ainda assim, “Elektra†é diversão inocente e bobinha para quem não quer pensar demais. Ou para os fãs menos ardorosos da mercenária dos quadrinhos, que não se preocuparão com as mudanças que o roteirista Mark Steven Johnson (diretor de “Demolidorâ€) fez na transposição da HQ. Passa longe de ser uma bomba, como “Mulher Gatoâ€. As seqüências de ação, apesar de parecerem ter sido editadas às pressas, envolvem sem causar riso.

Jennifer Garner dá conta do recado, já que lutar e se fazer de sofrida é seu trabalho há alguns anos. Se suas expressões de susto ao acordar de um pesadelo, ou de dor ao olhar para um lago, podem parecer forçadas, a culpa é do roteiro fraco. Em “Demolidorâ€, ela já era o melhor do filme. Quem vai culpar o produtor que olhou para aquele rostinho lindo e apostou num longa só da moça?

Elektra: disputando com a Noiva o título de assassina mais gatinha do cinema

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