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110 sem choque

28.11.05

por Rodrigo Ortega

Os Paralamas do Sucesso - Hoje

(EMI, 2005)

Top 3: “Na Pistaâ€, “De Perto†e “Soledad Cidadãoâ€.

Princípio Ativo:
22 anos de praia

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2005 é o ano da calma entre as grandes bandas cariocas. Os Los Hermanos gravaram um disco em slow motion. Gabriel o Pensador sampleou “Pais e Filhos†e “Garota de Ipanemaâ€. Até o Rappa abandonou o barulho. Agora é a vez dos Paralamas do Sucesso voltarem com um álbum calmo. Note-se que calmo aqui não é necessariamente sinônimo de tedioso, nem de encantador. Poucas firulas, alguns acertos e muitas participações são as marcas de Hoje.

O ska irresistível “Na Pista†ajuda o disco a entrar para as listas dos mais vendidos. A gostosa balada “De Perto†também está tocando bem, já que figura na novela global “Bang Bangâ€. Os Paralamas fazem os hits de sempre, o que é um alívio, já que estas são as primeiras composições de Herbert Vianna depois do acidente aéreo que resultou na morte de sua esposa Lucy.

Ao contrário do que o nome sugere, “Hoje“ não faz esforço para soar atual, e este é seu mérito. Eles levam com serenidade um momento menos bombástico da carreira, o que faz lembrar o ótimo disco Os Grãos (1991). Herbert ainda desafina de maneira simpática. Bi (baixo) e Barone (bateria) continuam geniais. Eles resumem tudo o que sabem em “Ao acaso“, reggae nas estrofes e pop até a medula no refrão. Outro exemplo do frescor pop é “Soledad Cidadãoâ€, com ritmo quebrado, refrão em espanhol e participação de Manu Chao.

O rapper Marcelinho da Lua e o ex-Planet Hemp Apollo 9 também participam do disco. Nenhum deles faz nada que justifique o excesso de convidados. Além da morna releitura de “Deus lhe pagueâ€, de Chico Buarque, outra oportunidade perdida de produzir alguma adrenalina é “220 Desencapadoâ€, com participação de Andreas Kisser, do Sepultura, que não dá o choque prometido. O modelo 2005 dos Paralamas funciona melhor em voltagem mais baixa, como em “Pétalasâ€.

“Hoje†não é um disco sensacional, mas ainda assim é um presente para aqueles que guardam a banda no coração e tinham medo que os Paralamas ficassem para sempre no “ontem“, inclusive este que vos escreve. Para mostrar que eu e a banda não estamos sozinhos, é legal terminar com uma frase de um texto bacana que Marcelo Camelo escreveu sobre “Hoje†no site dos Paralamas: “Sinto-me pequeno e jovem diante do que vejo e sei que ouço isso tudo nos meus fones enquanto escrevoâ€.

Barone, Herbert e Bi, os tios de Camelo

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