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Problemas de família

20.01.06

por Priscila Kallfelz

Tudo em família

(The Family Stone, EUA, 2005)

Diretor: Thomas Bezucha
Elenco: Diane Keaton, Sarah Jessica Parker, Claire Danes, Luke Wilson

Princípio Ativo:
está lá, em algum lugar

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Carrie, ou melhor, Meredith (Sarah Jessica Parker, de “Sex and the Cityâ€) é uma americana travada, bem sucedida profissionalmente, que vai conhecer a família de seu namorado (Dermot Mulroney, de “`Procura-se um amor que goste de cachorrosâ€), os Stones, em uma pequena cidade no feriado de Natal. Daí, o primeiro choque que temos com “Tudo em famíliaâ€, do diretor Thomas Bezucha, de natureza “atmosféricaâ€: o filme entrou em cartaz aqui depois de toda e qualquer celebração natalina, quando, neste hemisfério, já estávamos em clima de carnaval...

A confusão toda se arma quando a família, um tanto aberta, intrometida e liberal, depara-se com a rigidez e polidez de Meredith, desaprovando vorazmente a união do casal. Para pedir socorro, a noiva rejeitada chama sua encantadora, extrovertida e viajada irmã mais nova, Julie (Claire Danes, de “A estranha família de Igbyâ€), que logo cai nas graças dos Stones. Eles se encantam com a garota e aí, então, o filme começa. Mas nunca chega a decolar.

O segundo choque do filme fica por conta de uma doença da mãe (Diane Keaton, de “Alguém tem que cederâ€). Não pela doença em si, mas pelo drama aparecer como personagem principal em alguns momentos desta comédia romântica. Mas, mesmo doente, Diane Keaton está em grande forma e rouba algumas cenas. Assim como Claire Danes.

A trama, que trata da forma como essa família e seus integrantes lidam com preconceito, drogas, bebidas, sexo e união homossexual, revela que os ditos liberais e “cuca-frescas†podem ser muito intolerantes com quem não se encaixa em seus padrões. Enquanto isso, casais se reencontram, outros se desfazem e/ou se descobrem. No final, nenhuma surpresa para o espectador minimamente atento - apenas um desfecho um tanto quanto previsível para mais uma comédia romântica.

Para os fãs de Sarah Jessica Parker que desejam correr para ver a atriz do seriado nos cinemas, dois comentários: foi a primeira vez dela – nas telonas – após o final da série. E ainda (terceiro e último choque): temos a impressão de estarmos assistindo a uma Carrie sedada. Mas ela também tem seus momentos na trama, quando se solta e se deixa levar.

Tudo em Família é como tudo em família mesmo: não se sabe como as coisas começam, como elas terminam, quem disse o quê, quem leva a culpa. Mas, no final, tudo se resolve. Até que apareça outro conflito familiar.

Keaton: “Seis anos tentando e você já largou o Mr. Big?â€

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