Que onda!
18.02.05
por Rodrigo Ortega
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Beck - Guero
(EMI, 2005)
Top 3: “E-Proâ€, “Girl†e “Broken Drumâ€
Princípio Ativo: Pop distorcido
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Enquanto Oasis, Coldplay, Foo Fighters e outros figurões do rock adiam as datas de seus próximos lançamentos, o californiano Beck sai na frente com Guero, desde já um dos discos mais legais de 2005. Ele recrutou a dupla de produtores Dust Brothers, que colaborou com o clássico disco Odelay (1996), para voltar à sua melhor forma, depois do dançante Midnite Vultures (1999) e o melancólico Sea Change (2002).
“E-Proâ€, o primeiro single, com um contagiante riff de guitarra e sample de “So What'cha Wantâ€, dos Beastie Boys, já chegou ao primeiro lugar da parada de rock moderno da revista Billboard, posição que Beck não alcançava desde “Loserâ€, de 1994. Quer mais? No último episódio do seriado The O.C. foram tocadas nada menos do que cinco músicas de Guero, incluindo “E-Proâ€. Isso que é atestado de coolzice!
O nome do disco é uma gÃria californiana que significa “menino brancoâ€, como Beck era chamado quando moleque em Los Angeles. Na faixa “Que Onda Gueroâ€, ele canta este passando com seu melhor estilo meio folk meio hip hop: Ele reafirma suas origens latinas: “Mango ladies / vendedores / and a busstop singer / banda macho chorusâ€.
Outra música que embalou as últimas histórias de Ryan, Marissa e Seth Cohen foi “Girlâ€, uma balada de melodia ensolarada, ótima trilha para aquela vida bonita e feliz de Orange County. “Go it alone†também se destaca pelas palminhas empolgantes e pela participação de Jack White, tocando justamente o instrumento que os White Stripes dispensam: contrabaixo.
A sobreposição de sonoridades e estilos que fizeram a fama de Beck de geniozinho soa tão bem quanto nos seus primeiros álbuns. Algumas canções tendem mais ao rock, como “Rental Carâ€, com um refrão lindo: “Na / Na / Na†(e quem precisa de mais?). Outras remetem à música brasileira, velha obsessão de Beck. Em “Missingâ€, a batida latina e “doo doo dooâ€s forjam uma bossa-nova, e vão parar em um ótimo refrão.
Misturas inusitadas e melodias obtusas ainda são suas marcas, e alguns podem torcer o nariz para faixas como “Farewell Rideâ€, com violões e gaitas rancheiros, a mais “experimental†do disco. Mas é injusto taxá-lo de “difÃcilâ€. Ele apenas distorce o pop, como em “Hell Yesâ€, um electro esquálido, surreal. As imagens das letras colaboram: “Alguma coisa está chegando / O céu está roxo / Os cachorros estão se atacandoâ€, canta em “Earthquake Weatherâ€.
A cereja do bolo, devidamente separada e guardada para o final, é “Broken Drumâ€. Como as melhores baladas do Pavement, ela transforma estranhamento em encantamento como em um truque de mágica. O loser sabe das coisas.
O guero, super estaile
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