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Quase tudo, quase nada

07.05.07

por Rodrigo Ortega

Ivete Sangalo - Ao Vivo no Maracanã

(Universal, 2007)

Top 3: "Quando a chuva passar", "Deixo", "Não me conte seus problemas"

Princípio Ativo:
Maquiagem

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Ivete Sangalo é quase uma diva
Coloque o novo disco ao vivo da baiana pra tocar, feche os olhos e sinta as cordas vocais dela fazendo movimentos típicos de Mariahs e afins, já no começo da primeira música. "Aaaballlôô", uiva Ivete; "Ahá, uhú, o Maraca é nosso", gritam os fãs. Pronto. Nem precisa ouvir mais que isso para saber o resultado do jogo mais previsível que já se viu no Maracanã. Ninguém consegue vencer milhares de pessoas fazendo “ahá, uhú†para uma cantora que sabe que “abalô†antes mesmo de começar o show.

Quase todo mundo estava lá
Não satisfeita com 60 mil pessoas fazendo coro para ela, Ivete chamou um batalhão de cantores para acompanhá-la no palco. Passaram por lá Samuel Rosa, Buchecha, Durval “Asa de Ãguia†Lélis, Saulo “Banda Eva†Fernandes e até Alejandro “vergooonha†Sanz. O espanhol participou de um dos momentos mais ousados do show, quando a banda inseriu batuques olodum no hit “Corazón Partíoâ€.

Os outros momentos foram mais manjados. É aceitavel Ivete tocar seus próprios hits-pulação (“Abalouâ€, “Arerêâ€, “Não me conte seus problemasâ€). Mas ela é uma das únicas cantoras do Brasil que não precisa apelar para músicas como “Não quero dinheiroâ€, “Não vou ficar†e “País tropicalâ€. Mesmo assim, ela apelou. E foi além: cantou “Chorando se foi†(sim, aquela lambada).

A gente quase acredita
A matéria de Arnaldo Branco na revista Bizz mostra quanta maquiagem foi usada sobre a aparente alegria no DVD do show. A mixagem do CD não foi acompanhada por nenhum jornalista sem-noção, infelizmente. Mas os indícios da operação “ctrl-c no melhor ahá, uhú captado + ctrl-v’s espalhados pelo disco†são fortes. Foi a melhor edição de gritos de público (aposto que existe essa categoria no Grammy) da música brasileira desde Vamo Batê Lata, dos Paralamas.

Escutando o disco a caminho de casa, cheguei a me abaixar para procurar o gato que estava agonizando, até perceber o som vinha da própria música que eu ouvia, supostamente emitido por uma fã empolgada durante o show.

Ivete quase sustenta o modelão
Na capa do disco, Ivetão ostenta o figurino motoqueira/mulher-gato que usou no começo do show. A roupa em si quase não é ridícula. Porém, fica a impressão de que alguém enfiou o couro Ivete abaixo, sem ela saber muito o porquê. Outro dia vi a própria cantora no Cirdo do Edgard fazendo piadas sobre o desconforto das roupas que usou no show. Quase fiquei com pena. Talvez ela não mereça pena de alguém que vê Circo do Edgard no sábado à noite. Mas pelo menos meu pijama é confortável.

Oooops

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