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Mega Man versus Phoebe. Ein?

01.09.07

por Cedê Silva

Architecture in Helsinki – Places Like This

(Polyvinyl – Importado, 2007)

Top 3: “Nothing’s Wrongâ€, “Underwaterâ€, “Same Old Innocenceâ€

Princípio Ativo:
Sintetizadores e empolgação

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É original. É do Sul. É alegre, mas com um tom de saudade. Não, não é bossa-nova – é o terceiro álbum do Architecture in Helsinki, uma banda da... Austrália. Uai, mas Helsinki não é a capital daquele país cheio de celulares? Esquece. Com esta moçada, nada é lugar-comum. Tanto isso é verdade que decidi resistir ao irrefreável impulso jornalístico de chamá-los de “cangurus†de qualquer coisa: “os cangurus do batidãoâ€, “os cangurus do indie-twee pop avant garde†etc.

Não vão esperando coisa demais – em várias faixas, especialmente “Hold Musicâ€, um falsete esquisito quase joga tudo no buraco ao soar como o Massacration.

“Lazyâ€, apesar de inicialmente me remeter àquele sucesso xará grudento de uns anos atrás, parece cair na rotina com uma batida despreocupada dos Gorillaz. Aos dois minutos, entretanto, os integrantes começam a gritar como macacos. Já em “Like it or Notâ€, temos um refrão de “uá uá uá†e uma baladinha – para alguns, vai soar algo divertido e original; para outros, música de excursão no ônibus remixada por Phoebe Buffay.

O alto-astral, levado adiante principalmente por meio de refrões cantados por várias pessoas ao mesmo tempo, é levado ao máximo em “Same Old Innocenceâ€, a segunda melhor do disco. Segunda melhor porque perde para a divertidíssima, saborosíssima e originalíssima “Underwater†- uma música que realmente nos dá a sensação de ter sido cantada debaixo d’água. E nos transporta para dentro da piscina (ou do mar!) ao ouvirmos. Nem Princesa Ariel desbanca o Architecture in Helsinki.

Aqui não existem mais músicas bonitinhas como “Souvenirsâ€, do primeiro álbum deles (Fingers Crossed, de 2004). Mas o tom upbeat, às vezes meio Mega Man, permanece (quem não ouviu as músicas dos antigos jogos do Mega Man não sabe o que está perdendo).

Para quem quer experimentar, “Red Turned Whiteâ€, a primeira faixa de Places like This, já resume bem o que você vai encontrar. Um ritmo sintético ao fundo, uma canção não muito fácil de entender, e alguns lances experimentais. Não cansa, certamente; e tem seu charme. Mas é aquele charme que às vezes a gente tem que perdoar uma coisinha fora de lugar.

Não basta fazer músicas, eles fazem as próprias fantasias.
Mesmo que elas fiquem uma bosta.

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