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Sem marido, e sem sal

30.11.07

por Braulio Lorentz

Jennifer Lopez – Brave

(SonyBMG, 2007)

Top 3: “Do Itâ€, “Brave†e “The Way It Isâ€.

Princípio Ativo:
falta de carisma

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Depois de uma pausa para cantar em espanhol pela primeira vez no abominável Como Ama una Mujer (CD lançado em março), Jennifer Lopez volta ao idioma que a consagrou: o inglês. Brave é o quinto disco da cantora e atriz nova-iorquina. Lançado no mês passado nos Estados Unidos, o disco chegou ao mercado em meio aos boatos de gravidez de J-lo. Os rumores foram confirmados durante show em Miami, no começo de novembro.

O casal multiplatinado formado por Lopez e pelo também cantor Marc Anthony (juntos eles já venderam quase 30 milhões de álbuns) está junto desde 2004 na vida pessoal, mas não mantém a parceria firme no lado profissional. Depois de prestar serviços nos dois discos anteriores da atual esposa - This Is Me... Then, de 2002 e o já citado Como Ama una Mujer - Anthony sai de cena e não assina como produtor em Brave.

O casamento aparentemente bem sucedido e a gravidez recém-anunciada em nada alteram as músicas de J-lo, que poderiam estar sem muito susto em seu disco de estréia, de 99. O novo CD conta com uma coleção de refrões ensolarados e de fácil repetição, como o do primeiro single “Do Itâ€: "Do It, Do It / You Do It, Do It / You're Doin It Well". O intervalo entre a primeira audição e a vontade de cantar junto não dura mais do que dez segundos.

Em nenhuma outra faixa J-Lo está tão inspirada como nessa. A lenta “Never Gonna Give Up†é um teste para a paciência do ouvinte e a faixa-título é um meio termo entre o quente e o frio, embora sem muito charme, como é usual na carreira de Lopez. Brave não é um álbum de intérprete, já que ela nada mais é do que uma Shakira apagadinha. E não se trata tampouco de um disco com a força de um bom time de produtores.

Brave é resultado da labuta de mais de dez produtores, na maioria novatos ou com pouca experiência. John Hill é o mais tarimbado da turma. Ele já trabalhou com a banda de indie rock The Apples in Stereo e com a cantora Natasha Bedingfield. Peter Wade Keusch é outro com currículo mais extenso, sendo PhD em pop latino. Ele já produziu álbuns de Marc Anthony, Thalía e Santana.

Com excesso de açúcar (e falta de sal) em toda a audição, é natural que uma canção um pouco acima da média (“Do Itâ€) se sobressaia. De resto, o R&B de Jennifer Lopez continua sendo daqueles que pedem de joelhos uma interpretação com um pouco mais de carisma, da mesma forma que as canções pedem uma produção um pouco mais gabaritada.

Acabei de entender o que quer dizer cabelo volumoso

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