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That 70s Show

31.03.08

por Natália Becattini

Consolers of the Lonely

(Warner, 2008)

Top 3: Many Shades of Black, Hold Up, You Don´t Understand Me

Princípio Ativo:
Rock ‘n’ Roll enlatado

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Consolers of the Lonely, o segundo álbum do Raconteurs, conquista desde os primeiros acordes da primeira faixa. Dosando o bom e velho rock ‘n’ roll, pegadas country e baladas introspectivas, o projeto paralelo do guitarrista do White Stripes repete a fórmula bem sucedida de Broken Boy Soldiers, sem inovar muito.

Por falar nele, Jack White não anda tendo muita sorte com lançamentos de discos nos últimos tempos. Depois de todo o plano mirabolante bolado por ele e o resto do grupo para impedir que o álbum caísse nas garras dos internautas antes da hora, o iTunes, sem querer, colocou todas as faixas pra download dias antes do previsto. O erro foi corrigido, mas aí, o estrago já estava feito.

As 14 músicas bebem nas mais diversas fontes, o que torna o álbum nada cansativo. De Led Zeppelin aos Stones. Do folk ao country. O disco todo é uma viagem no tempo. Permanece o clima meio retrô, que dá à banda aquela cara de anos 70 - ainda mais, imagino, se você for ouvir a versão em vinil -, com direito a duelos de guitarras e solos caprichados.

‘Salute Your Solution’, o primeiro single, resume bem o álbum, com suas guitarras sujas e melodia energética. Ainda assim, é a expressiva ‘Hold Up’ que vai permanecer na minha playlist por um bom tempo. A balada ‘You Don´t Understand Me’ inova com a presença de um piano que acompanha a voz de White, e as influências do country são bem claras em ‘Old Enough’ e ‘Top Yourself’. Mas o destaque mesmo é ‘Many Shades of Black’, com um refrão que lembra os clássicos do rock ‘n’ roll e que vai deixar você cantarolando por aí quase sem perceber.

De um modo geral, Consolers of the Lonely é um álbum bom, mas falta nele um pouco de personalidade. Não fosse a inconfundível voz de Jack White nos lembrando da presença dele de tempos em tempos, nós só conseguiríamos pensar em todas aquelas boas bandas que existiram anos atrás. Como se o Raconteurs não tivesse nenhuma pretensão em ser O Raconteurs, mas apenas uma mera emulação de seus ídolos.

E como um time que joga pelo empate, o tempo inteiro fica aquela impressão de que os músicos que formam o quarteto fizeram um álbum com medo de errar. E sem se arriscar demais, eles conseguiram.

Lawrence, Benson, White e Keeler

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